E
foi através dele que soube que, no mundo, a desregulação do transporte aéreo (airline
deregulation) ocasionou um crescimento de 1980, quando havia 640 milhões de
passageiros, para, em 2019, existirem, voando pelo mundo, 4,46 bilhões, ou
seja, quase 4 bilhões de passageiros incluídos no mercado em quatro décadas.
Este é um dos problemas do Brasil: apesar de ter começado um processo
semelhante, nos anos 2000, com
flexibilização da regulação de preços das passagens aéreas domésticas, criado
um regulador civil ,com a criação da Lei da Anac, em 2005, e , antes do final
da década, ter feito a flexibilização da regulação de preços das passagens
aéreas internacionais, no entanto, apesar de outras medidas pontuais, o
processo nunca foi concluído, de forma que continuamos a ter uma aviação muito
mais regulada que os EUA e Europa. Um
dos problemas disto é que não existe, no Brasil, o mercado de transporte aéreo
conhecido, no mundo, como low-cost (baixo custo), cujo surgimento foi um dos
melhores resultados da desregulamentação. Esta inovação, no mundo, massificou o
transporte aéreo. Em 2019 a participação de mercado das empresas de baixo custo
foi de 44,5% na Europa, 35% na América do Norte e 32,5% na Ásia. E no Brasil ainda
não chegou. Não há dúvida nenhuma de que são as falhas do governo que impedem
sua existência e a consolidação da desregulação econômica do transporte aéreo
no Brasil. Mesmo para um analista, sem tanto conhecimento, não existe um
mercado de empresas aéreas low-cost por falhas do governo, legislações, regras
ou práticas de (múltiplos) governos (incluindo Executivo, Congresso e
Judiciário) que produzem custos mais altos e enorme insegurança jurídica e
econômica na aviação. E o que temos tentado mudar esbarra sempre em problemas
governamentais, como, por exemplo, a aviação regional. É uma constatação
frustrante, mas não há para onde correr: as soluções dependem basicamente do
poder público. Nós, aqui da Amazônia, do Norte sentimos mais do que outras
regiões os problemas e os custos da aviação, porém não será possível mudar este
panorama, que implica, em termos de país, que somente cerca de 16% das pessoas,
com toda a facilidade de crédito, tenha acesso ao transporte aéreo, sem uma mudança
das regras. São elas que causam prejuízo para a aviação existente e restringem
seu enorme potencial de crescimento. E a
regulação que produz custos mais altos e enorme insegurança jurídica e
econômica para as empresas, inclusive com judicializações completamente
desnecessárias. A inevitável e indispensável conclusão é de que precisamos
avançar urgente na desregulamentação do mercado de aviação para criar um
mercado estável, consolidado e com concorrência para atender a enorme demanda
contida do transporte aéreo.
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domingo, março 30, 2025
O TRANSPORTE AÉREO PRECISA MUDAR DE MODELO
quinta-feira, março 06, 2025
O SUCESSO DO DIA DO CONSUMIDOR
Criado
pelo então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, para ressaltar que
os consumidores tinham direito à segurança, informação e liberdade de expressão,
como Dia Mundial dos Direitos do Consumidor comemorado, pela primeira vez, em
15 de março de 1962, a data provocou debates e estudos tornando-se um marco na
defesa dos direitos dos consumidores. No Brasil, porém, isto aconteceu muito
tempo depois e a comemoração se centrou mais em ações promocionais com foco nos
clientes e se consolidou somente em 2014, muito por conta da iniciativa do
comparador de preços Buscapé. Esta consolidação ocorreu em virtude da campanha
que instituiu a data em parceria com mais de 500 empresas de e-commerce que
atuavam nacionalmente, como Walmart, Americanas, Netshoes, Centauro, Dell e
outras varejistas digitais que se engajaram na celebração no país.
O
Dia do Consumidor, todavia no nosso país tem suas peculiaridades, pois além de
ser voltado para celebrar os direitos dos clientes, também é uma ocasião para
as empresas empregarem boas práticas no relacionamento com os clientes, bem
como realizar campanhas com o objetivo de melhorar o engajamento do seu público
buscando idealizá-los. Também, o que muitas empresas estão fazendo, é não se
restringir apenas ao dia e sim dedicar uma semana inteira a oferecer ações e
ofertas que podem contribuir para movimentar os seus negócios. No bom sentido,
assim como aconteceu com a Black Friday, o que procuram é aproveitar uma data
para criar uma estratégia de relacionamento e vendas. Muitas prepararam sob a
denominação de “Semana do Consumidor” eventos, promoções e preços especiais
para fidelizar os seus clientes e capturar novos clientes.
Cada
empresa tem suas características, seus planos de marketing e formas de
relacionamento com seu público, mas é crescente o interesse que está
despertando o Dia do Consumidor, que acontece no dia 15 de março, e está
se tornando uma data tão relevante para o varejo que o Google já o considera
uma das grandes datas do primeiro trimestre. E são tantas as ações promovidas,
em termos de Brasil pelas empresas, que, com certeza, o Dia do Consumidor já se
tornou parte do calendário de compras, e, cada vez mais, os consumidores estão tomando conhecimento da data e se preparando para as promoções e as oportunidades. Neste sentido
o varejista que, atualmente, não se preparar para o Dia do Consumidor perde as
chances de surfar numa nova brecha que pode ser um excelente momento para
aumentar sua clientela e o faturamento. Quem tem utilizado muito bem a data são
as empresas de e-commerce que andam aderindo e investindo forte na sua
celebração. E isto tem se refletido claramente num aumento de mais de 90% nas
buscas, no mês de março, do termo “Dia do Consumidor”, em relação à 2024,
segundo o Google Trends, o que demonstra que a data vai se consolidar,
efetivamente, como uma das melhores datas do comércio no primeiro trimestre do
ano.