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quinta-feira, setembro 25, 2025

O REI QUE NUNCA PERDEU A COROA

 


É impossível, e centenas de tentativas já provaram isso, desmerecer o notável e duradouro sucesso de Roberto Carlos. Ele reina absoluto na música brasileira há décadas, tornando-se um fenômeno que transforma até canções simples em sucessos inesquecíveis, cheios de brilho e vida. Não há como negar o imenso talento de alguém que conseguiu se enraizar na memória musical de tantas gerações. E, convenhamos, essa longevidade não se constrói sem muito trabalho, empenho, uma disciplina incomum e, sobretudo, um carisma inegável.

Manter-se no topo, sob os holofotes, através de tantas mudanças na mídia e na indústria musical, é uma façanha. Para continuar relevante e expandir seu público para as novas gerações, o Rei demonstra não apenas talento musical, mas uma intuição afiada e uma capacidade única de sintonizar com os desejos do público.

O sucesso sempre foi uma gangorra, e permanecer no alto, como Roberto Carlos, exige um padrão de qualidade e a capacidade de adaptar a sua obra. Isso, sem dúvida, mata de inveja os críticos que, na falta de argumentos melhores, insistem que ele se baseia apenas em uma "fórmula pronta" de canções "sentimentalóides". A ironia é que ele, que foi um triturador de tradições com a Jovem Guarda, hoje é chamado de "tradicionalista". Mas essa "tradição" é, na verdade, a autenticidade de um artista que se manteve fiel a si mesmo.

Muitos cobraram dele uma atuação política ou uma renovação estética, o que seria desonestidade intelectual. Roberto Carlos sempre foi o que se propôs a ser: um artista que busca exercer sua arte da melhor maneira possível. E, nessa jornada, ele só se aprimorou, em grande parte com a ajuda fantástica do maestro Eduardo Lages, seu arranjador e produtor musical por mais de 40 anos, e de uma plêiade de músicos excepcionais.

É comum também atribuir seu sucesso aos especiais de fim de ano na TV. A verdade é que a Globo não o manteve no ar por acaso; Roberto Carlos sempre esteve no topo. Não se fala em sucesso musical no Brasil sem pensar em seu nome.

Enfim, ele foi, é e continua a ser o maior sucesso da música brasileira por sua coerência, visão de vida e carisma extraordinário, que continuam a seduzir multidões e a criar sonhos. Sua voz pode ter envelhecido, como acontece com todos que não morrem, mas seu público fiel jamais irá faltar. Ele só parará de cantar se assim quiser. Pode falhar em uma canção ou outra, mas nenhum outro intérprete, até hoje, se compara a ele. Que os invejosos morram de inveja. Ele continua a ser o maior fenômeno da música brasileira.

 

 


A ENCRUZILHADA DA ECONOMIA BRASILEIRA

 

O Brasil, como sabiame
nte disse Tom Jobim, "não é para principiantes". Essa frase se aplica perfeitamente aos desafios econômicos que o país enfrenta, especialmente quando se olha para a desindustrialização. É um problema de longa data, agravado por um ambiente de negócios hostil, marcado por burocracia excessiva, alta carga tributária e insegurança jurídica.

O cenário é alarmante. Em agosto, a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou o pior desempenho do setor desde 2015, com queda na produção e redução de empregos. Essa situação não é culpa dos empresários, que lutam para manter seus negócios, mas sim de um sistema que dificulta a competitividade.

A situação é ainda mais complicada com o avanço de plataformas de e-commerce chinesas como Shein, AliExpress, Shopee e Temu. O Brasil é o único país do mundo onde todas essas gigantes operam conjuntamente, criando uma concorrência predatória. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que, entre 2019 e 2024, as vendas online no Brasil cresceram 75%, impulsionadas por essas plataformas que oferecem preços baixos e vantagens fiscais.

Para as empresas brasileiras, especialmente as pequenas e médias, competir com um país inteiro é quase impossível. O resultado é um dilema crucial: a produção nacional versus preços mais baixos. Essa concorrência desleal, com plataformas estrangeiras submetidas a uma carga tributária menor, coloca a indústria e o varejo brasileiros em uma posição de desvantagem.

O dilema é claro: ou o país protege seu mercado interno para garantir a sobrevivência da indústria, ou assiste à aceleração da desindustrialização, voltando a ser uma economia primário-exportadora. Proteger a indústria não significa fechar o mercado, mas criar condições para que ela se modernize e se torne competitiva.

Ignorar essa realidade é entregar o futuro da economia a mercados e produções estrangeiras. Estamos em uma encruzilhada, e a decisão que for tomada agora terá um impacto decisivo no futuro do Brasil. O que o Brasil deve fazer para resolver essa situação? É uma questão decisiva para o nosso futuro.

 

 

domingo, setembro 21, 2025

Confraria 30+: Churrasco, Memória, Livro Exemplar

 


Na residência do Oscar Pirani, com a presença de Lúcia Reis e sua adesão à Confraria 30+, que patrocinou um churrasco variado, com bebidas, numa homenagem aos componentes da confraria. Não se poderia ter anfitrião melhor para uma confraria que reúne os jornalistas (no sentido geral porque nela há jornalistas empresários, redatores, repórteres, pessoal de televisão, de jornal e sites tendo em comum o longo tempo na atividade). Talvez até possa ser injusto com algum deles porque sou um participante quase que ocasional da turma, mas, me parece que, nomes como os de Lúcio Albuquerque, Abdoral Cardoso (Bidu), Carlos Araujo, Osmar Silva, Montezuma Cruz, Leo Ladeia, Marco Aurelio Anconi são os mais atuantes. Como se vê é um time de primeira mesmo sem considerar outros não menos significativos como os de Luiz Carlos Ribeiro (Luka), Jussara Gottlieb, Adaides Batista dos Santos (Dadá), Juscelino Amaral, Nilton Salinas, Mara Paraguassu, Mirian Penha Franco, Maríndia Moura, Edson Lustosa e do radialista Edson dos Anjos.

Os encontros, que são feitos aos sábados, sempre acontecem em algum restaurante, mas a generosidade do Oscar Pirani propiciou um dia diferente e festivo na medida em que foi uma reunião mais privada e, por isto mesmo, mais descontraída, de vez que, em locais públicos, se torna impossível uma turma assim não ter como deixar de atender amigos ou admiradores que sempre que os veem não perdem a oportunidade de lembrar de algum fato, noticia ou, simplesmente, dar um alô.

Como sempre a convivência com esta turma é muito prazerosa e ainda foi melhor por ter recebido de presente do Carlos Araujo o seu livro, com Hélio Vieira e Francisco Matias, “A Trajetória da Advocacia em Rondônia”, em sua segunda edição. É um livro precioso na medida em que recupera uma parte significativa da história da defesa da cidadania em nosso Estado. Por diversas vezes tenho reclamado de amigos meus talentosos, e com um grande legado ao ex-Território e ao atual Estado de Rondônia, por não registrarem o nosso passado. Aqueles que viveram as dificuldades de um tempo não tão distante, em termos de história, quando Porto Velho, Guajará-Mirim e algumas poucas localidades eram tudo que existiam escreveram muito pouco sobre o que se passou. Tanto que se contam nos dedos os que deixaram registros significativos desde Bohemundo Alvares Afonso, talvez, somente Antônio Catanhede e Esron de Menezes me venham à memória. Mais recentemente me lembro de Yedda Borzacov, com sua obra sobre os logradouros de Porto Velho e outras obras, Dante de Oliveira, que, recentemente, com o Lito Casara lançaram, em dois tomos, “Barranco Alto” recuperando a história maravilhosa e pouco conhecida de Américo Casara, um desbravador da Amazônia e de nosso território. No entanto, há toda uma história muito rica dos últimos 50 anos que deveria ser objeto de muitos livros de pessoas que, ainda vivas, possuem memórias dessas épocas e dela participaram ativamente. E fiquei mais feliz ainda pelo fato desta segunda edição trazer a história da implantação, na Fundação Universidade Federal de Rondônia-UNIR, do primeiro curso de Direito, inclusive com alusão importante ao papel que o seu primeiro reitor Euro Tourinho Filho teve e que, muitas vezes, tem sido esquecido. É um livro que serve de exemplo para muitas outras entidades e pessoas que necessitam preservar sua história, que é a nossa também. Grato Carlinhos pelo presente que se estende a todos que contribuíram para esta reedição- vivos ou mortos-deixaram um registro importante de parte de nossa história.