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sábado, maio 31, 2008

UMA INSENSATEZ AMAZÔNICA



Não é incomum toda vez que se alerta a respeito dos riscos de intervenção na Amazônia que o assunto seja tratado como paranóia, teorias conspiratórias ou xenofobia. Os sintomas de que não se pode desconsiderar tais alertas, porém, se multiplicam. Basta ver ,em primeiro lugar, a divulgação feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-Incra de que existem 3,1 milhões de hectares de terras na Amazônia Legal nas mãos de estrangeiros. Esta área que corresponde a 39 mil imóveis rurais cadastrados pode ser ainda maior na medida em que dela somente constam registros de imóveis que tiveram os documentos apresentados por seus proprietários.
Um segundo sintoma é o de que existem, segundo a revista Veja, mais de 10 000 pessoas de nacionalidade não brasileira que vivem ou freqüentam regularmente a região, entre jornalistas, executivos, estudantes, militares, ambientalistas e principalmente cientistas pesquisando as características e a biodiversidade da floresta. O fato se agrava quando Adalberto Val, do Inpa-Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, têm reiteradas vezes, em seus trabalhos e comunicações, mostrado que os americanos produzem mais pesquisa sobre a região amazônica do que os brasileiros. E, para piorar, os estrangeiros produzem 63% da pesquisa sobre a Amazônia sem nenhuma colaboração de cientistas brasileiros. Val afirmou que "O número que surpreende é que apenas 37% dos artigos sobre a Amazônia publicados incluem pelo menos um autor com endereço no Brasil" e, é preciso quando afirma que "Eu chamo isso de taxa de perda da soberania".
Um outro sintoma parte do militar Gelio Fregapani, mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva, que afirmou, em entrevista à Agência Amazônia, que o problema crucial da região amazônica é o fato de ainda não ter sido ocupada. O militar disse que somente a ocupação fará de fato a região pertencer ao país, daí que os Estados Unidos, Inglaterra e França, principalmente, lançam mão da grita ambientalista para evitar a ocupação da Amazônia. Transcrevendo suas palavras: “Com a região intocada, matam dois coelhos com uma cajadada: mantêm os cartéis agrícolas e de minerais e metais.Dois exemplos: a soja da fronteira agrícola já ameaça a soja americana; e a exploração dos fabulosos veios auríferos da Amazônia poriam em cheque as reservas similares americanas e poderia mergulhar o gigante em recessão”. E prossegue: “O outro coelho é que, despovoada, inexplorada e subdesenvolvida, não haverá grandes problemas para a ocupação militar da região. Aliás, tudo já está preparado para isso. A reserva Ianomâmi - etnia forjada pelos ingleses -, do tamanho de Portugal e na tríplice fronteira em litígio Brasil, Venezuela e Guiana, é a maior e mais rica província mineral do planeta. As Forças Armadas e a Polícia Federal não podem nela entrar, por força de lei. Pois bem, já há manifestação na Organização das Nações Unidas-ONU de torná-la nação independente do Brasil, por força de armas, se necessário”. Fregapani não descarta guerra pela ocupação da Hiléia. “A Amazônia será ocupada. Por nós, ou por outros”. Por tal razão a Reserva Raposa do Sol é uma insensatez amazônica.

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