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segunda-feira, julho 14, 2008

A VOLTA DA INFLAÇÃO

A volta do dragão: é hora de se defender
Por problemas internacionais, mas, também com componentes internos, há um fato que ninguém nega: a volta do dragão da inflação. Foi uma péssima notícia para os trabalhadores a divulgação de uma inflação de 6,84% apenas este ano e um acumulado de 8,24% em 12 meses! Os números comprovam que houve um estouro nas metas estabelecidas pelo governo, ultrapassando a barreira dos 5% no período de 12 meses. O Dieese também divulgou que os preços da cesta básica tiveram aumentos brutais, muito acima da inflação, chegando a índices como 46,55 % em regiões metropolitanas como Recife para um período de 12 meses! Embora não se saiba ainda para onde a economia irá por conta da crise dos alimentos e dos preços do petróleo, está mais do que provado que, ao contrário do que diziam, o Brasil não está imune ao contágio da economia mundial nem de sua inflação geral conforme a otimista propaganda governamental. Um dado cruel e inexorável, já dito de forma clara pelo presidente do Banco Central, é o de que vai se acentuar a ortodoxa da política econômica, segundo ele, para proteger o povo e a corrosão dos salários, porém, o que a taxa de juros tem feito, efetivamente, é aumentar os preços e estancar o crescimento. A única verdade no que dizem é que os remédios serão amargos. Só para os de sempre os trabalhadores e as classes médias, de vez que, para conter a inflação, aposta-se em voltar a por freio do consumo e estrangular o crédito-e este maior e mais barato tem dinamizado o consumo e a economia. Com taxas mais altas aumenta a insegurança, reduz o crédito, aumenta o perigo do endividamento da população, especialmente para os atolados em créditos consignados (empréstimos que são cobrados na folha de pagamento). A combinação de inflação com tendência de aumento dos juros, numa economia sem mecanismos de defesa da corrosão do poder aquisitivo, aumenta a insatisfação e o perigo de crescentes greves e mobilizações de diversas categorias da classe trabalhadora, como são visíveis nas recentes greves da Previdência, dos Correios e, agora, em Rondônia, dos policiais militares representados por suas mulheres que criaram uma situação complicada ao acampar nos quartéis e, estrategicamente, impedir os ônibus da capital de circular pela manhã. É uma prévia do futuro incerto e povoado de riscos que vem por aí.
Para quem se quer se defender os economistas recomendam planejamento financeiro-algo que os brasileiros não costumam fazer, mas, é bom começar. E isto começa pela mudança de hábitos como substituir marcas mais caras por mais baratas, produtos em alta por outros de preços mais baixos, fazer compras no fim das feiras, as famosas xepas e, quando se tem dinheiro, estocar. Buscar promoções também vale, bem como otimizar o consumo de combustível, energia, telefone e outras despesas similares. Raciocine que maior inflação, para quem é assalariado, significa que você ficou mais pobre e se comporte de acordo com seu orçamento. Não há milagre a ser feito.

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