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quinta-feira, maio 20, 2010

NÃO É O QUE PARECE...



A CAUDA EXPOSTA
Sempre afirmo que o Partido dos Trabalhadores-PT tem um vicio de origem que usa como se fosse virtude: o estatismo. E quando falo em estatismo falo na tendência nem sempre oculta de tentar fazer prevalecer sua vontade como se fosse o “dono da verdade” e tivesse na mão a bola de cristal que desvenda o futuro de modo que pudesse, a partir do governo central, criar a sociedade desejável. É evidente que douram esta pílula com a propaganda e a missa ensaiada de que “fazem” a vontade do povo, porém, esta é, em geral, obtida por meio de convenções onde são maioria ou assembleias que dominam e, algumas vezes, por vontade expressa dos grandes e pequenos lideres. Não consta que Dilma, por exemplo, tenha vencido nem mesmo uma eleiçãozinha no Palácio quanto mais no partido para ser indicada candidata. Como nos melhores exemplos do comunismo internacional foi sacada pelo chefe e pronto. Efetivamente, como agora na eleição, tentam “dominar”, criar a hegemonia, ganhar a maioria da população, usando todos os métodos e meios.
È o caso visível do episódio da censura ao vídeo dos prefeitos na 13ª Marcha dos Prefeitos. Vetaram um vídeo que retrata as dificuldades dos prefeitos terem acesso a recursos porque a verdade da via crucis e o título de “Calvário” faria mal a campanha governista que, como Lula da Silva, prega que vivemos no melhor dos mundos possíveis e que está se fazendo o Brasil de uma hora para outra por encanto, a narrativa desmentiria. O episódio somente demonstra a escolha intelectual e a natureza do partido. Não há meio termo no tratamento que é dado as coisas. Ou se está com “eles”, ou seja, os iluminados que nos darão o novo mundo, ou se está contra e se vira tucano e adepto do FHC, como se o mundo se dividisse entre PSDB e PT. Nem o Brasil, justiça seja feita, é tão pobre de opções. O problema é que o PT continua ideologicamente a ser um partido de tradição leninista onde se sonha com o governo mandando na sociedade, com a vida pública sendo orientada pela “vontade dos homens revolucionários”, que enxergam o futuro, que sabem o que devem fazer e qualquer manifestação contrária à opinião de tais iluminados é vista como uma ameaça e deve ser banida. Assim os outros partidos, os intelectuais, quem não aceita uma sociedade de comando, quem não gosta de viver sendo mandado e quer pensar por conta própria ou expressa uma opinião contrária aos desejos do partido, acaba sendo atacado por discordar, por exercer a democracia. Assinala com extrema precisão o blogista Reinaldo Azevedo que “Se ‘O Partido’ está na oposição, cumpre mobilizar ‘a sociedade” contra o ‘estado autoritário’; se ‘O Partido’ está no poder, aí, então, mobiliza-se o ‘estado autoritário’ (que passa a ser ‘democrático’) contra ‘a sociedade’, que passa a ser manifestação do atraso” e, conclui, com brilho que “Em qualquer dos casos, quem se ferra é a liberdade, já que o único espaço legítimo de divergência passa a ser aquele que existe no ambiente do próprio ‘Partido’”. De fato, entendo que nem neste onde se exerce, hoje, com mão de ferro a vontade de Lula. Assim o PT se passou a conviver com a economia de mercado e a gere no Brasil e é o condutor da nossa economia ainda sonha com uma opinião única, com a “sociedade planificada” que já provou ineficiente e antiliberdade. Não é à-toa que Lula cultua Fidel e Chávez. O ideal dele, e do partido, continua no século passado, na via chamada de “revolucionária”, porém, que, na verdade, representa a morte da liberdade política. A supressão do vídeo sobre os prefeitos é a cauda exposta do animal escondido. O que se diz, porém, não adianta nada. O que vem de fora do partido está sempre errado.

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