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terça-feira, setembro 20, 2011

A insensatez nossa de cada dia


Há um belo sol lá fora. O dia, indiferente aos problemas humanos, esparge luz. Tentei ler um livro sobre capital especulativo, sobre capitalismo especulativo. Esta uma realidade da qual pouco se fala, mas, que é significativa de nossa realidade atual, da insensatez humana. Insensatez que está em toda parte. Na violência do trânsito, nos maus modos, na agressividade com que as pessoas se comportam e até mesmo no ambientalismo, que travestido de defesa da vida nega vida a pequenos produtores, que não tem como sobreviver cercado pelas infames regras dos códigos florestais. Leis que transformam um homem, que deseja apenas viver e derruba a mata ou mata uma paca, num marginal enquanto livra os que roubam milhões ou que matam impunemente, porém, tem bons advogados.
Os veículos passam velozes. Distante um jazz lento me lembra o quanto o passado era mais simples e, paradoxalmente, mais difícil. Tento ouvir as notas musicais para atenuar a dor que me corrói, a dor da morte de uma pessoa querida irracionalmente, insensatamente, assassinada por uns míseros trocados. São contraditórios também meus sentimentos de querer apagar o passado e, ao mesmo tempo, ter este negro desejo de que se aplique a lei de Talião, do olho por olho, dente por dente. Inútil. Nada trará de volta o sorriso, a mansidão e a beleza da pessoa que se foi. A insensatez humana também faz parte de mim. Também me cobra o preço de agir e pensar, muitas vezes, de forma errática, sem sentido. E é isto, talvez, o que nos faz humano. Conseguir conviver com a insensatez que nos cerca como se o absurdo fosse normal até que um dia a foice feche nossos olhos para o amanhã.

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