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segunda-feira, janeiro 18, 2021

MIREM-SE NO EXEMPLO DO RIVER PLATE

 


Meus amigos, estava escrito nas tábuas mais imemoriais que o Palmeiras chegaria na final da Libertadores mesmo sendo um castigo para um time, como o River Plate, que, sem dúvida, é o time mais consistente da América do Sul. Só isto explica que tenha levado três gols dentro de casa e, fora, não tenha revertido o placar. Havia uma predestinação implacável sobre uma equipe que jogou para honrar o bom futebol buscando o gol sempre. E, na única vez que deu oportunidade, teve o azar de tudo dar errado. O técnico do Palmeiras, que parece repetir a sorte de Jorge Jesus, a sorte dos técnicos portugueses, não teve a coragem de um Diniz de mandar o time para cima para fazer 4 ou 5 no primeiro jogo. O resultado é que pagou com um imenso sofrimento,  no segundo jogo, onde o River Plate foi absoluto. Comandou o jogo mesmo quando tinha um a menos como se estivesse passeando em campo. E o Palmeiras teve a sorte de, o que tem sido raro, em três oportunidades o VAR decidir com uma precisão impecável. Na anulação do gol, sinceramente, só mesmo a revisão de imagem poderia pegar o impedimento que houve. Qualquer juiz, por melhor que fosse, poderia comer mosca sem nenhum constrangimento. O certo é que o time de Gallardo mostrou que faz o que se espera que um grande time faça: tenha personalidade, jogue para frente, desejando ganhar, com gana e vontade. A rigor o River Plate perdeu duas Libertadores por puro azar. A que perdeu para o Flamengo, onde também dominou amplamente, porém, foi castigado por dois lampejos de talento do time rubro-negro e a eliminação de ontem, sem a menor dúvida, uma grande injustiça com um time que, perdendo ou ganhando, demonstra ter força, ter um jogo coletivo, ser um grande time. É verdade que isto não acontece por acaso Que Marcelo Gallardo é um grande técnico é uma realidade, mas, deve-se levar em conta que comanda o River Plate faz muito tempo. Mesmo perdendo jogadores, como acontece com todos os grandes times sul-americanos, tem tido como remontar sua equipe e criou um estilo de jogo consistente e agressivo. Em nenhum momento, nos dois jogos, o time perdeu seu foco, deixou de jogar, de propor jogo, de procurar o gol. Aqui o nosso reconhecimento à qualidade incontestável do River Plate, mas, também a um outro grande técnico português: Jesualdo Ferreira, que disse, com toda razão, que, no Brasil, os técnicos não preparam equipes. Eles precisam entregar resultados antes de ter tempo para criar um  time. Nós, por esta razão, não temos, no cenário brasileiro, um grande time, que jogue coletivamente. Aliás, técnicos, como um Lisca, como um Mancini, como um Guto Ferreira, Diniz, Tiago Nunes, e até mesmo Rogèrio Ceni são muito capazes, no entanto, precisam de tempo para trabalhar. E tempo é o que não se dá para que montem uma equipe. Fez muito bem o Abel quando foi abraçar Gallardo. Tirou o chapéu para um técnico competente que teve tempo para montar um grande time. E é impossível, para quem entende e gosta de futebol, não gostar de ver o River Plate jogar. Que possamos nos espelhar no seu exemplo e poder ver, como tivemos oportunidade de ver, um grande time jogando. É preciso mudar o comportamento das direções dos times brasileiros e dar tempo aos técnicos de montar equipes. Perder ou ganhar é uma questão de acaso. Criar um grande time, como o River Plate, é uma decisão de rumo e de planejamento.

 

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