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segunda-feira, setembro 09, 2024

Inflação em ascensão tende a aumentar a pressão política


Embora exista toda uma estratégia operacional que se baseia em tentar criar otimismo sobre a conjuntura econômica, que inclui uma pasteurização da grande imprensa sobre os dados negativos, no entanto a grande realidade é que o Brasil vive tempos muito difíceis e não há como esconder. O governo federal, nos tempos atuais, optou por uma linha na qual não contempla os interesses nem das atividades produtivas nem dos trabalhadores. É emblemático desta opção o fato de que não somente, de diversas formas, aumentou os impostos, por leis ou decretos ou ainda pelo corte de subsídios, como não tem melhorado a renda dos salários, exceto para as poucas camadas do serviço público que lhes dá sustentação, como o legislativo, a justiça e o setor de arrecadação. A recente, e longa, greve dos técnicos e professores de ensino superior, que, no seu todo, ainda não acabou, é bem representativa disto, pois impuseram, com alguns benefícios cosméticos, 0% de aumento, no presente ano, alegando, o que não tem substância, 9% dado no ano passado, sem considerar a inflação do ano nem as perdas de anos passados, longos anos, aliás, em que os servidores públicos não tem recebido nenhum aumento. Em certos setores da educação a situação de professores, em especial os novos, chega a ser dramática. Mal conseguem prover a própria subsistência enquanto veem os preços de seus livros, de cursos que desejam fazer e de coisas básicas, como aluguel e plano de saúde, darem saltos enquanto seus salários minguam com a inflação. Lula, que não tem problema nenhum de sobrevivência e pode se dar ao luxo de viajar pelo mundo, fala, beatificamente, em compreensão, em olhar para o que foi dado como se fosse possível pagar as contas com promessas sobre a possibilidade de serem compensados no futuro. O problema presente é que até mesmo a inflação oficial, que tende a subir, está subestimada. Não somente porque o próprio órgão que realiza o seu levantamento mudou a forma de aferir os preços como também existe, cada vez mais, presente o fenômeno da reduflação, uma tática dos fabricantes de reduzir o conteúdo dos produtos para manter os preços, diminuindo o poder de compra dos consumidores,  segundo um estudo recente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) em cerca de 4%. É um fenômeno que acontece, e as evidências são flagrantes, nos alimentos e produtos de higiene atingindo de forma drástica, principalmente as famílias de menor renda. Na prática se paga o mesmo valor para consumir menos. E os preços das verduras e frutas também dispararam. Só os que não vão aos supermercados e mercados não conseguem ver. Não há solução fácil à vista quando o governo não controla suas contas e o chefe da nação ainda ajuda a espiral inflacionária falando contra a política monetária e faz o dólar subir mais e mais. Os erros de política pública estão se fazendo sentir fortemente no poder aquisitivo das pessoas. E, com o endividamento, que já é alto, a pressão política tende a subir nos próximos meses, inclusive por conta do período eleitoral. 

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