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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

UM SETOR EM EXPANSÃO

Shoppings em expansão
Um dos setores em franca expansão no país é o de shoppings centers. De fato nunca antes neste país existiram, como agora existe, cinco empresas do setor que abriram capital na bolsa de valores e grandes grupos internacionais que estão investindo no país num montante que chega a R$ 4 bilhões. Os últimos dados sobre o crescimento do setor indicam que há projetos para 7 novos shoppings em aprovação, estão em construção mais 23 shoppings, incluindo os dois de Porto Velho, e, no Brasil inteiro, se caminha para ter 370 shoppings em funcionamento o que já representa mais de 620 mil empregos no setor.
Este excelente momento dos shoppings centers será coroado este ano pela 10ª edição do Congresso Internacional de Shoppings Centers, evento promovido de dois em dois anos pela Associação Brasileira de Shoppings Centers-Abrasce que, pela primeira vez, terá a participação do International Council of Shopping Centers-ICSC, daí ter recebido o novo título de Conferência das Américas. A nova dimensão do setor se reflete no Congresso na medida em que, agora, será realizado no Transamérica Expo Center, em São Paulo, com o dobro do espaço das edições anteriores ocupando uma área de 8 mil metros quadrados. Paralelamente será realizada a Exposhopping que deixa de ter um caráter institucional e passa ser um local de negócios com grandes espaços para lançamento de projetos, serviços e produtos. Ou seja, as sessões plenárias e a Exposhopping estarão integradas num mesmo local favorecendo a interação de congressistas e expositores. Mais sinergia e, certamente, mais negócios.
Por tudo isto e o fato de que o setor fechou o ano passado o faturamento da indústria de shoppings centers alcançou a marca de R$ 58 bilhões, um crescimento de 16% em relação a 2006, demonstra que sua em plena expansão. Não há dúvida que isto se deve ao cenário macroeconômico favorável associado à profissionalização do setor de shopping centers no País. Para o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers-Abrasce, Marcelo Carvalho, "A expansão na oferta de crédito, os juros mais acessíveis, com inflação controlada, o crescimento do emprego formal e o conseqüente aumento da massa salarial são alguns dos fatores positivos".De qualquer forma o setor está embalado com o bom desempenho alcançado no ano passado e esperam a continuidade do crescimento com a incorporação este ano de mais 16 shopping centers, com mais de 8 milhões de metros quadrados de ABL, que devem receber cerca de 300 milhões de visitas por mês.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

DIPLOMACIA É ENGULIR ATÉ CARNE DE SAPO

O RADICALISMO INÓCUO
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) decidiu apresentar na Câmara duas propostas: 1) projeto de resolução suspendendo a vigência dos acordos firmados pelo Brasil com a Comunidade Econômica Européia; 2) decreto legislativo retirando do Ministério da Agricultura o poder de baixar instruções normativas baseadas em regras fixadas pelo Parlamento Europeu. É, na verdade, simplesmente a manifestação do inconformismo do que o deputado considera a “submissão” do governo ao boicote imposto pela União Européia à carne brasileira. A proposta de Caiado é drástica, mas, pode ter efeito, pois a chamada bancada ruralista possui cerca de 140 congressistas parlamentares e a aprovação das medidas depende da concordância da maioria simples do plenário –metade mais um dos presentes. Porém, se projeto de resolução, depende da sanção de Lula para entrar em vigor. O decreto legislativo, concebido como instrumento do Parlamento para barrar iniciativas do governo, prescinde do aval do presidente.
Caiado se queixa do comportamento do ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) que recuou da intenção de questionar na OMC-Organização Mundial do Comércio o embargo europeu à carne brasileira e mandou entregar, em Bruxelas, uma lista com os nomes de 683 fazendas cujas condições sanitárias atenderiam às exigências da União Européia, das quais serão escolhidas as 300 que poderão retomar as exportações de carne para os 27 países do bloco europeu suspensas desde 1º de fevereiro. È uma questão complexa que passa pelo que se chama de diplomacia comercial.
No entanto o parlamentar está longe de pensar nisto, de vez que representa o pensamento e a vontade CNA-Confederação da Agricultura e Pecuária de Corte do Brasil que, como todos os especialistas, sabem que a motivação das imposições da União Européia não é sanitária. O objetivo real seria proteger os criadores europeus, especialmente ingleses e irlandeses, da concorrência externa. É um processo complicado na medida em que, por problemas sanitários e de oferta, o Brasil se tornou o maior produtor de carne do mundo. Nós colocamos na Europa carne boa e mais barata do que a que a produzida lá. E isto desestimula a atividade econômica na Inglaterra e na Irlanda, que têm na pecuária uma atividade econômica importante, daí mobilizaram seus representantes no Parlamento Europeu. Assim às medidas não tem nada a haver, de fato, com sanidade, mas expressam um outro problema também complexo que é o dos subsídios e o fato de que importantes segmentos da agricultura européia não sobrevivem sem protecionismo. A rigor, quem entende de diplomacia, sabe que atacar diretamente as alegações do outro como “falsas” é entrar em rota de colisão e não se faz isto quando há muito a perder e, principalmente, no caso da carne que sem oferta pode obrigar, por problemas internos de abastecimento, os europeus a rever suas defesas. Por outro lado, a forma como Caiado abre o jogo dizendo que o rastreamento sanitário que o governo faz no Brasil é “uma farsa” e que se montou no país uma "máfia de frigoríficos" abre novos problemas. Ou seja, o de que a nossa certificação é um engodo, uma fraude. Um posicionamento apenas emocional e apressado em questões complexas, em geral, somente consegue acrescentar novos problemas as dificuldades que a diplomacia brasileira terá para gestar uma saída menos traumática. Pela força, dificilmente, conseguiremos resultado contra uma posição que, além de secular, tem base na própria segurança alimentar e organização estrutural do mercado europeu.

AH! COMO É DIFERENTE O AMOR EM PORTUGAL...

NOVA YORK CONTRA O CRIME
Não posso deixar de assinalar que são muito interessantes, interessantíssimas mesmo, as declarações feitas, numa palestra no Rio de Janeiro, pelo diretor de Política para a Amazônia da organização não-governamental de conservação da natureza WWF, Pedro Bara Neto, que, entre outras coisas, afirmou que o governo federal "não tem interesse político" de enfrentar o desmatamento da floresta. Para ele, a regularização fundiária é uma medida "óbvia" que não avança porque as áreas pertenceriam a políticos e juízes. O ambientalista disse ainda que para o governo federal "é melhor continuar discutindo o cartão corporativo, porque ocupa a agenda, do que coisas mais importantes como o desmatamento". E concluiu dizendo que "Agora, o bagre é o cartão corporativo", em referência à polêmica declaração do presidente Lula sobre os bagres do rio Madeira, ameaçados pela construção de usinas hidrelétricas. Bara Neto lembrou que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-Incra criou um sistema de informação rural há 10 anos, quando começou a mapear a malha fundiária do País, porém, o programa foi abandonado. "É melhor deixar como está", declarou, para concluir com a brilhante frase: "Desmatamento é falta de poder de polícia".
A primeira pergunta pertinente é: onde mora o sr. Bara Neto? A resposta é que se trata de um morador de Nova York que foi convidado para a palestra no Rio pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais-Cebri. Bem, é claro, que alguém que mora em Nova York pode entender de Amazônia, mas não vive a Amazônia. Que tal se nós, com o notável saber que possuímos da “Big Apple”, entendermos que a questão real da baixa qualidade de vida da cidade exige uma reorganização? Será que, por mais capacitados e informados, os nova-iorquinos aceitarão, por exemplo, a sugestão de que devem derrubar alguns quarteirões de Manhattan para plantar arvores? Ou que, para melhorar os níveis de criminalidade, a questão é impedir novos negócios ou obrigar moradores a sair de certos espaços em que vivem há anos? Bem, é claro, que o Brasil não é os EUA, nem Nova York é União Bandeirantes, porém, o que determina o dinamismo de uma região já disse uma presidente americano “È a economia, estúpido!”. A questão do desmatamento na Amazônia pode ser sim uma questão de polícia, todavia é muito mais uma questão de falta de políticas. Neste sentido a opinião do senhor Bara se insere, e tem o mesmo teor, da maneira como se tratavam as reivindicações sociais no passado. A questão de organização fundiária é importante? É. Porém, nem o Incra, que nunca esteve tão inoperante, nem o governo brasileiro têm capacidade de impedir que a Amazônia cresça. Se querem diminuir o desmatamento, fazer alguma coisa de fato, precisam, em primeiro lugar, criar novas opções econômicas que não as existentes, hoje, e, neste caso, precisam criar políticas e investir em Ciência e Tecnologia. Não há polícia capaz de impedir o desmatamento e a experiência ensina que, quanto mais rigor na fiscalização, mais se criam formas criminosas de enriquecimento ilícito. O resto é ensaboar o bagre.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

EM CONVERSA DE LOBOS

A Culpa é dos Cordeiros
Há, entre os cegos ideológicos, os puxa-sacos de plantão, os oportunistas de sempre, os alpinistas do momento e os propagandistas (muito bem pagos) do governo a opinião unânime de que Lula da Silva deveria, mais do que já tem feito, utilizar mecanismos para submeter a mídia ao que eles entendem como “verdade”-para os demais a mentira vendida via marketing e consolidada com as falsificações eleitorais de votos regados a bolsas famílias. Basta ver que alegam não existir nenhuma democracia do mundo, com “jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil” e acusam a imprensa de unida pelo golpismo. Um outro notável analista chegou ao ponto de, por meio de um exercício de tortura dos números, provar que somente uma pequena parte da elite (e não os mais escolarizados) são contra o governo e, notem a estranha coincidência, são justamente os que tem maior acesso e espaço na imprensa que são contra. Senso de realidade é o deles, claro.
Gostariam de ter uma mídia que nada falasse de “Mensalão”; que esquecesse que existem Marcos Valério, Waldomiro Diniz, Maurício Marinho, José Genoíno “Araguaia”, Delúbio Soares, Silvinho Pereira e José Dirceu que, abençoado pelo Senhor, nega qualquer envolvimento e/ou uso de dinheiro público, mas passeia pelo mundo com uma desenvoltura de quem foi beneficiado pela herança de alguma “viúva” e afirma que a sede do PT do Rio Grande do Sul teria sido feita com dinheiro desviado. É claro que o ideal seria uma mídia que nunca tocasse no fato de que existiram “sanguessugas”, vendedores de ambulâncias velhas, ministros colocados para fora por superfaturamentos ou por suspeita de auxiliares terem recebido propina no gabinete ao lado. Que jamais recordassem do Dossiê Vedoin ou sepultasse de vez os casos dos Correios, Banco do Brasil, Caixa Econômica, uso indevido dos fundos de pensão e jamais falasse em abrir a “caixa-preta” da Petrobras nem mesmo com escândalos como o da compra da Ypiranga.
Enfim a imprensa ideal deveria esquecer que o governo existe mesmo quando altera dados do desmatamento para culpar plantadores de soja e pecuaristas e, logo em seguida, absolve todo mundo transformando o câncer em mero tumor ou ignorar as estripulias da família presidencial, inclusive no abuso dos cartões corporativos. Aqui o argumento é precioso: os valores são irrisórios! Que beleza! Por que então montar toda uma estrutura de defesa à toque de caixa? A resposta tem duas vertentes maravilhosas: 1) os tucanos querem criar uma CPI para aparecer na mídia; 2) a imprensa golpista tenta usar as informações sobre o cartão corporativo para criar uma nova “crise” política. Ou seja, em história de lobo sempre quem suja a água é o cordeiro. Mas não consta que haja nenhum cartão corporativo com as oposições ou com a “imprensa golpista”. Em compensação no governo....a farra dos seguranças é digna de nota.