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quinta-feira, abril 16, 2009

O MUNDO GIRA



O PESO DA ECONOMIA
Há quase já estabelecido um ritual, pelo governo Lula da Silva, que tem dado certo: segurar as contas públicas no início do mandato e, nos dois últimos anos, praticar políticas eleitoreiras para buscar a adesão social de camadas que influenciam o voto. Com Lula como candidato isto tem dado certo, daí a formula estar sendo reeditada quando ele não mais pode ser. Só isto para explicar a abertura das porteiras do gasto público com o objetivo de manter o PIB crescendo ou a liberação da Petrobras de contribuir para o superávit primário. Também a marcha-ré no “aperto dos cintos” das prefeituras, com a liberação por MP de um bilhão de reais, a negociação de "ajuda" a Estados e as bondades fiscais que estão baixando o preço dos bens de consumo se regem pela mesma lógica. Porém, entre essas, nenhuma supera em apelo emocional à antecipação do aumento do salário mínimo que vai subir de R$ 465,00 para R$ 506,50, ou seja, está dando, logo em janeiro de um ano eleitoral, um aumento de 9% para uma significativa faixa da população, bem maior que a inflação prevista de 4% e, num ano em que o PIB, se não diminuir, deve ser igual ou próximo de zero.
É verdade que isto vem coberto pelo glacê de medidas "anticíclicas", mas, são iniciativas que tem uma vertente eleitoral visível como é o caso do agrado aos prefeitos, aos governadores e a diminuição do superávit público que se explica muito mais pela necessidade de manter quietos segmentos do funcionalismo público e os militares do que, de fato, aumentar investimentos. Basta ver que um exame superficial dos gastos de investimentos do Plano de Aceleração do Crescimento-PAC demonstra que a execução dos gastos de investimentos pelo governo é pífia, quase nula. A rigor bastaria efetivar, de fato, os investimentos previstos para que houvesse um maior aquecimento da economia.
È claro que se trata do jogo político. Ninguém ignora a força dos votos dos prefeitos ou dos governadores nem de muitos senadores e deputados que tem seus pleitos atendidos, inclusive negociações de dívidas de setores específicos, que são feitas sob a ótica do futuro eleitoral. Nem se pode subestimar o fato de que Dilma Roussef apareça no jogo como tendo um papel importante na decisão sobre liberação de dinheiro para as cidades. Pode-se dizer que não se trata de uma concorrência justa, porém, na política, o Partido dos Trabalhadores-PT pode alegar, o mesmo que alegou sobre o Caixa 2, que nunca foi. A questão real é de que, apesar disto, as possibilidades de que, mesmo com tais medidas, seja possível ganhar o jogo depende cada vez mais de fatores que estão fora de controle: a intensidade da crise. Quanto mais os indicadores forem negativos, quanto menos consumo, renda e emprego houver menos possibilidades tem o governo de ter êxito no apoio à sua candidata. A eleição de 2010, mais do que as anteriores, será decidida pela situação econômica. E a queda da arrecadação federal, pelo quinto mês consecutivo, dá sinais de que os ventos estão soprando a favor da oposição.

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