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sexta-feira, agosto 28, 2009

A INTELIGÊNCIA COLETIVA



Esteve no Brasil, e participou na última segunda (24), no V Fórum de Internet Corporativa, o filósofo e pensador do ciberespaço Pierre Levy, que foi o grande destaque do evento promovido pela Agência Gaúcha de Agências de Internet (AGADi), é um dos principais teóricos da internet no mundo e, no início dos anos 90, publicou obras hoje obrigatórias para quem estuda de forma mais profunda e consistente o fenômeno do ciberespaço.No entanto a contribuição maior de Levy parece ser o conceito de inteligência coletiva (IC) que é, basicamente, a partilha de funções cognitivas, como a memória, a percepção e o aprendizado por todos via meios de comunicação que, segundo ele, “Podem ser melhor compartilhadas quando aumentadas e transformadas por sistemas técnicos e externos ao organismo humano”, referindo–se aos meios de comunicação e à internet. O escritor explica que a IC não é só isto: “ela só progride quando há cooperação e competição ao mesmo tempo”. Para exemplificar, Lévy citou a comunidade científica, capaz de trocar idéias (cooperar) por ter a liberdade de confrontar pensamentos opostos (competir) e, assim, gerar conhecimento. “É do equilíbrio entre a cooperação e a competição que nasce a IC”, concluiu e lembra que não são apenas os cientistas que utilizam este novo conceito “As empresas necessitam cada vez mais de empregados que lancem idéias e resolvam questões coletivamente. As tecnologias atuais permitem isto”. Para Lévy, inteligência coletiva não é um conceito novo, pois desenvolveu–se à medida que a linguagem evoluiu. A disseminação do conhecimento acompanhou a difusão das idéias por meio dos discursos, da escrita (”posso, hoje, ler Platão, mesmo que ele tenha escrito uma obra há mais de dois mil anos”) e da imprensa (”quanto mais os meios de comunicação se aperfeiçoam, mais ganha a inteligência coletiva”). Hoje, porém, as coisas ficaram diferentes e inéditas “O mundo das idéias é o ciberespaço, que permite a interconexão e, portanto, a ubiqüidade. Ainda não conhecíamos essa situação”. Assim diz que sua teoria não nasceu por acaso e que não é fruto exclusivo de seus estudos. Ele apenas tenta adaptar a IC à atualidade social e tecnológica. De fato, a pesquisa de Lévy baseia–se em tríades inspiradas na conexão tripla entre o “signo, a coisa representada e a cognição produzida na mente”, definida pelo semiólogo americano Charles Sanders Peirce. Para Lévy, a inteligência coletiva pode ser dividida em inteligência técnica, conceitual e emocional. A primeira corresponde à inteligência que lida com o mundo concreto e dos objetos, como a engenharia (coisa). A segunda com o conhecimento abstrato e que não incide sobre a materialidade física, como as artes e a matemática (signo). A última, por fim, representa a relação entre os seres humanos e o grau de paixão, confiança e sinceridade que a envolve, e tem a ver com o direito, a ética e a moral (cognição). E ilustra com o que denomina de economia da informação descrita a partir da constatação de que, no mundo atual as idéias são o capital mais importante, e só pode ser adquirido se as pessoas pensam em conjunto. Para isto existe a necessidade de produção de três capitais:
(1) o técnico, que vai dar suporte estrutural à construção das idéias, como estradas, prédios, meios de comunicação (coisa);
(2) o cultural, mais abstrato, o conhecimento em livros, enciclopédias e na World Wide Web (signo);
(3) o social, o vínculo entre as pessoas e grau de cooperação entre elas (cognição).
Lévy afirma que estamos apenas no início de uma nova etapa da evolução cultural. “A que tipo de civilização esse ambiente ecossistêmico de idéias vai nos levar?”, provocou.” Enfim, a teoria do pesquisador se resume na sua “ecologia das idéias”, isto é, a relação bidirecional entre a população e as idéias. Se as pessoas (não) ajudam a reprodução de conhecimento, este lhe será desfavorável. De por outro modo, as idéias desfavoráveis são mantidas e disseminadas, a população não se reproduz. O papel da internet é fundamental para o funcionamento deste sistema. “O ciberespaço é a principal fonte para a criação coletiva de idéias, de forma que possam ser usadas para o bem de todos, através da cooperação intelectual”.
O conceito de inteligência coletiva de Levy teve na rede mundial de computadores um espaço de aceleração da criação de conhecimento, um ambiente em que internautas livres, independentes das grandes corporações e das instituições tradicionais, podem produzir conhecimento e tecnologia,de forma que segundo o fiosófo "A internet aumenta as nossas capacidades cognitivas, tanto individuais quanto coletivas". De certa forma, todas as iniciativas de conteúdo colaborativo materializam o conceito de inteligência coletiva, a começar pelo Wikipedia. Na palestra desta segunda, Levy apresentou uma previsão do futuro do ciberespaço e perguntou "Qual a maior limitação hoje para a inteligência coletiva? São as línguas. Mesmo com os tradutores automáticos, muitas pessoas não conseguem se comunicar na web". Na sua concepção esta se gestando uma nova língua, mas, admite não saber exatamente como será essa nova língua. Para o filósofo o caminho é a codificação de ideias. Conceitos e ideias que se disseminam na cultura contemporânea futuramente vão virar códigos manipuláveis por computadores. "Não podemos entender muito bem hoje essas novas linguagens. Nunca tivemos experiência com nada parecido. Mas se você fosse explicar para alguém do século XIX o que seria a internet, essa pessoa também não conseguiria entender".
Levy apressa-se em avisar que as linguagens mencionadas vão muito além daquilo que, na informática, está se chamando de web semântica - novas tecnologias que permitirão às máquinas entender mais precisamente o sentido dos dados e conectá-los melhor. O que, na prática, representará um passo gigantesco na qualidade da navegação e dos serviços oferecidos na rede. Levy visualiza um ciberespaço em que será possível simular e representar a inteligência coletiva humana tal qual comose desenvolve na sociedade offline. Quando isto acontecer, a inteligência coletiva online será o grande motor do desenvolvimento humano. Mais do que isto: quando o mundo intelectual humano for transposto para dentro da web, será possível compreender, afinal de contas, como exatamente funciona a difusão de ideias e a construção de conhecimento nas sociedades.

sexta-feira, agosto 21, 2009

MELHORAR É PRECISO



FIQUE ESPERTO - Outros estão ganhando o dinheiro que seu negócio está perdendo

Quantas vezes já não presenciamos o discurso de que o cliente sempre tem razão, inclusive com registros em paredes ou placas, justamente, quando o cliente está recebendo um tratamento ruim? A grande realidade é que não basta dizer que o cliente tem razão e que sua satisfação é o objetivo de sua empresa. É preciso, isto sim, que o cliente sinta que, de fato, isto acontece. E só há o caminho de prestar um serviço de qualidade, ou seja, o discurso tem que se transformar na prática. Afinal todas as empresas sabem que a satisfação do cliente é a razão de existir de qualquer negócio. As empresas, porém, que crescem, que são líderes, não apenas sabem disto, mas, se esforçam para o cliente saía de sua loja satisfeito. Muitas delas não gastam fortunas com publicidades para prometer o que não fazem quando são procuradas pelos clientes. Clientes sorrindo nos comerciais é muito bom, porém, muito melhor são clientes que saem satisfeitos de sua loja e ficam ainda mais satisfeitos com os produtos, com a forma de pagamento, com o pós-vendas, que é a melhor forma de fidelização que existe.
Para conseguir a satisfação do cliente há alguns procedimentos que são básicos. Em primeiro lugar esta a atenção que o empresário dá ao seu próprio pessoal. Seu pessoal deve compreender que cada cliente que recebe, por mais intragável que possa ser, mesmo aquele que resmunga sem razão, deve ser ouvido e é uma fonte de oportunidades. A sobrevivência de qualquer empresa depende de sua imagem, de seu atendimento como um instrumento fundamental de diferenciação. Neste sentido cada empregado, cada vendedor é a imagem de sua empresa. E a gentileza ou o descaso com que trata o cliente pode ser o diferencial entre o sucesso e o fracasso. Treine seu pessoal para atender bem. Dê instruções e liberdade que, dentro de certos parâmetros, permita com que facilite a vida e a compra do cliente que, muitas vezes, com uma facilidade a mais compra na sua loja o que não compraria se não se sente valorizado. E valorizar passa por crédito, por bom atendimento, por condições de pagamento dentro de suas possibilidades. Lembre-se se você não facilita outros facilitarão e venderam, apesar do cliente ter lhe procurado antes.
Um segundo ponto fundamental é que se tornou muito comum, em especial quando se tem o aparente domínio de um mercado, achar que conhece as necessidades dos clientes. È claro que, muitas vezes, o especialista ou o lojista tem um conhecimento muito maior sobre o produto, sobre o segmento ou até sobre as tendências de um setor. Faz parte de sua expertise fazer cursos, dominar tecnicamente certos conhecimentos, todavia mesmo o conhecimento, o bom gosto pode ser uma armadilha. Em especial nas compras. É claro que o lojista tem, em certos casos, um papel de educador, mas, é preciso ver que se trata de um negócio, logo não tenho que comprar o que gosto ou o que é bom para mim e sim o que é bom para o cliente. A empresa vive do cliente, portanto, o que ele quer é o seu termômetro e a diferença entre vender ou ficar com a mercadoria dormindo nas prateleiras. Por fim, inovar é preciso. Melhorar mais ainda. A melhoria contínua tem que ser uma estratégia da organização que se pretende sustentável. Infelizmente, no mundo moderno, é preciso estar na frente para não perder espaço. E isto somente se consegue com melhoria contínua. Se sua empresa não cresce, não se aprimora, não se embeleza, com certeza, a do seu concorrente está crescendo. E não espere que os clientes voltarão se você não melhorar. E sempre reconquistar os clientes é muito mais dispendioso que manter. Por isto melhorar é preciso sempre.

sábado, agosto 15, 2009

A necessidade de multiplicação dos leitores



A Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe) elaborou, a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, a pesquisa “Produção e Vendas do Mercado Editorial 2008” que demonstra que, ao contrário do que muita gente apregoa, se lê hoje muito mais do que antes. Basta verificar que houve um crescimento de 13,39% de títulos novos colocados no mercado, bem como os livros para o público infantil cresceram 14,02%, as novas obras de literatura juvenil, 41,88% na comparação com 2007, o que demonstra que as editoras estão voltadas para atingir a faixa de público mais jovem. Fato comprovado também pelo aumento da quantidade de exemplares que foram 4,95% a mais de livros infantis e 9,26% a mais de livros juvenis do que em 2007 quando na média geral, a produção de novos exemplares foi 3,17% menor em 2008 do que no ano anterior. Isto se deve, segundo os analistas, a que os jovens e as crianças estão lendo mais do que os adultos. Aliás, isto já havia sido evidenciado pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2007, que acentua que um percentual de 39% dos 95,6 milhões de leitores brasileiros têm entre 5 e 17 anos. Não apenas isto: entre os leitores de até 10 anos de idade, a média foi de 6,9 livros por ano. E au¬¬menta na faixa etária dos 11 aos 13 (8,5 livros por ano) para cair levemente entre os jovens de 14 a 17 anos (6,6). Vale frisar que isto se deve em grande parte a exigência da escola, pois, o incentivo para a formação de jovens leitores é proveniente da escola e da família, com 73% dos leitores com idade entre 5 e 10 anos citando as mães como as grandes incentivadoras do hábito da leitura. E, entre os adultos que cultivam o hábito de ler, um em cada três disse ter lembrança da mãe lendo um livro, e 87% afirmaram que os pais liam para ele.
No mundo da televisão, do videogame e da internet muitos podem pensar que o livro não tenha a importância do passado. Ledo engano. Não há uma boa formação intelectual nem científica sem uma boa leitura. E ler é uma questão de hábito, daí a necessidade imperiosa de que se estimule a leitura. E, para estimular as crianças e os jovens, não é a obrigação o melhor caminho, mas, sim o prazer de ler. Porém, para estimular a leitura são necessárias algumas medidas importantes do poder público que pode facilitar esta tarefa, principalmente, em termos de facilitar o acesso às obras literárias. Afinal livros são, ainda, muito caros no país. Assim a primeira delas surge como a necessidade de construir mais e melhores bibliotecas, equipadas com mobiliário e estantes com altura adequada para tornar mais fácil o acesso dos pequenos leitores. Também aumentar o número de bibliotecas é fundamental na medida em que grande parte de municípios brasileiros que não dispõem de uma biblioteca sequer. Não menos importante é a melhoria da distribuição, ou seja, promover o crescimento do número de livrarias. Segundo as estatísticas existem menos de 4 mil estabelecimentos destinados a atividade quando o ideal, dentro dos padrões mundiais, seria ter, no mínimo, cerca de 10 mil. Sem dúvida, porém, o mais importante é tornar os livros mais acessíveis sem deixar de serem atrativos e interessantes. Os livros brasileiros, justiça seja feita às editoras, possuem acabamentos primorosos, capas cada vez mais bonitas e procuram caprichar no conteúdo, mas, por razões de mercado (as tiragens são pequenas) os preços são o grande obstáculo a um alargamento maior do acesso. O fato é que se faz necessário um esforço muito maior e uma determinação política para que os livros possam se multiplicar e ser a porta de entrada para um mundo melhor onde os sonhos e as fantasias se tornem o início de uma educação melhor que só com muitos leitores poderá existir.