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segunda-feira, novembro 28, 2011

Por isto estamos como estamos


Recentemente foi publicado por Carlos Elizondo Mayer-Serra, um reconhecido professor e analista econômico mexicano, o livro "Por Eso Estamos como Estamos: La Economía Política de Un Crecimiento Mediocre", que procura explicar as razões para o baixo crescimento econômico do México. Se bem que examinando o México o livro diz respeito a todos que procuram compreender as complexas estratégias para superar o problema da pobreza e criar desenvolvimento.
O autor considera, com uma grande capacidade analítica, que o México não alcançou taxas elevadas de crescimento porque as decisões políticas e as medidas tomadas internamente não foram nem as melhores, nem as mais adequadas. Deixando de lado as posições ideológicas e justificativas inúteis, que colocam a culpa das nossas desditas nos outros, assume que a causa de tragédia nacional de seu país não se deve nem aos vizinhos, nem as condições adversas que existem no mundo. Para ele, o que o México é, fundamentalmente, foi o resultado do que seu povo e governo, fez ou deixou de fazer.
Mais do que isto: vê como problema central da economia mexicana a capacidade de certos grupos para evitar a formulação e implementação de políticas públicas para o interesse público para premiar o mérito, estender os direitos reais aos mexicanos, a fraqueza e a pouca intenção da sociedade para impor mudanças. No fundo, como acontece no Brasil, há o fato de que a política dominante é realizada sob uma lógica do passado que não cria incentivos para encorajar mudanças de utilidade geral, e persiste a existência de um Estado fraco que não pode enfrentar os interesses poderosos que impedem o país de crescer, incluindo sua própria burocracia. E analisa que o sistema antigo vigente promoveu mecanismos que não estimulam o esforço, o mérito e a competição. E lista alguns dos entraves existentes para um maior crescimento:
1) .- Empresas públicas que perdem dinheiro de forma sistemática e acabam consumindo mais recursos do que geram;
2) .- Monopólios públicos e privados mal regulados, que atraem os consumidores de alta renda e dificultam a competitividade das empresas que consomem seus produtos e serviços;
3) .- Trabalhadores que não fazem nada ou muito pouco, mas, que não podem ser descartados;
4) .-A incerteza, derivada da constante mudança das regras do jogo;
5).- Expropriações arbitrárias que desestimulam o investimento.

Como se observa Elizondo Mayer-Serra mostra que a situação atual do México, e os resultados também, não discrepam muito dos nossos problemas, embora tenham suas configurações específicas. O que ressalta, porém, é que a situação do México, como a do Brasil, não deriva de qualquer herança ou destino histórico ou cultural. Nós é que somos responsáveis pelo que fizemos de nós mesmo. Se isto nos traz muito desalento, pois, não há nada mais difícil que mudarmos nós mesmos, por outro lado, nos mostra que a mudança do Brasil está em nossas mãos. Porém, isto não se fará sem trabalho, estudo, educação e a criação de um projeto de país que exige uma nova forma de fazer política-o que não é nada fácil.

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