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domingo, janeiro 15, 2012

O sucesso da campanha anti-amazônica


A revista Veja, patrocinou uma pesquisa internacional sobre a imagem do Brasil no exterior cujo resultado mais significativo é o de revelar a eficiência do lobby de mais de duas décadas do movimento ambientalista-indigenista, para submeter o País, e a Amazônia em particular, como alvos prioritário de uma agenda antidesenvolvimentista, que, em particular, visa, a qualquer custo, manter a Amazônia no estado mais "natural" possível. O sucesso deste tipo de campanha é visível quando se observa que, num contexto em que o País obteve resultados positivos, mais da metade dos entrevistados considerou que a importância ambiental global da Floresta Amazônica justifica restrições à soberania brasileira sobre a região. A pesquisa foi efetuada pela CNT/Sensus em 18 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, EUA, Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Rússia, China, Japão, Índia, Líbano e África do Sul), com 7.200 pessoas entrevistadas.
Quando se toca na Amazônia, a reportagem utiliza a expressão "a floresta da mãe joana" para apresentar os resultados de alguns países individuais - no caso, EUA, França, Alemanha, Rússia, Japão e África do Sul. E destaca que a combinação das respostas "O Brasil deve preservar a floresta de acordo com regras internacionais" e "A floresta deve ser internacionalizada" superou a combinação "Quem cuida da floresta é o Brasil" e "O Brasil deve preservar a floresta de acordo com as regras do país", na França (77% x 23%), Alemanha (74% x 22%) e Japão (77% x 19%); nos EUA, deu empate técnico (44% x 43%). Ou seja, apesar do Brasil ter uma das legislações mais avançadas do mundo no setor, de ser o país com o maior número relativo, e absoluto, de reservas ambientais e indígenas, tudo se submete as teses esdrúxulas, porém, eficientes do discurso ambientalista.
O texto ressalta que a ideia da "internacionalização" da Amazônia como "um equívoco tamanho gigante" e um "delírio", porém, na prática, a realidade é outra. É patente a enorme submissão das políticas da Amazônia aos ditames do lobby ambientalista. Nas ultimas décadas os movimentos ambientalista e indigenista internacionais tomaram de assalto a formulação das políticas públicas nacionais referentes à região e, internamente, já conseguiram impor uma considerável redução de soberania, para a qual os brasileiros ainda não despertaram. Sufocados pelo discurso das mudanças climáticas e do elevado desmatamento o sucesso da “internacionalização” foi obtido com a cumplicidade passiva dos sucessivos governos brasileiros desde a presidência de José Sarney, em especial, com o apoio do Itamaraty, que tem tido grande influência na acomodação do País às pressões internacionais nestas áreas. Assim, o que se vê, é que quem menos tem importância nas políticas da Amazônia são seus governantes e sua população submetida a políticas meramente restritivas e sem horizontes de melhoria para sua qualidade de vida.
Por conseguinte, a "internacionalização" da Amazônia não é uma perspectiva futura, nem necessita de uma eventual decretação da região como área sob jurisdição das Nações Unidas ou de uma invasão militar clássica; ela é um fato real, cotidiano e presente, na aceitação das demandas e na submissão às pressões ambientalistas e indigenistas, tanto por formuladores de políticas, como por formadores de opinião e outros setores da sociedade brasileira. Se for preciso demonstrar basta verificar o estrago feito em Roraima, contra o seu governo, bancada federal do estado e população, que foram esmagados para se determinar a demarcação em área contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em 2005. Agora mesmo se assiste a algo semelhante quando, numa demanda absurda, se propõe o aumento da área dos Karitianas, nos municípios de Porto Velho, capital de Rondônia, e Candeias do Jamari, para atender 400 índios que, além de aculturados, a maioria nem vive na reserva, inclusive os únicos dois caciques que apóiam a proposição. Para quê? Para somente satisfazer as demandas internacionais que pretendem impedir, a todo custo, que a Amazônia tenha soberania e autodeterminação.

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