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sábado, julho 20, 2013

Tudo que é sólido....


O Brasil vive tempos visceralmente novos, embora, o velho sempre teime em morrer e, principalmente, resista na forma de tentativa de enquadramento por meio da burocracia, muitas vezes, da utilização maléfica da própria liberdade, mas, em especial, na mente das pessoas que não mudam, que não percebem que velhas formas não funcionam mais, com a mesma eficiência, quando se está diante de um período totalmente novo, no qual houve uma explosão de protesto multifacetado, policromático, independente e, notadamente, articulado por pequenos grupos, das redes sociais, do marketing viral, que não segue as regras que foram utilizadas no passado. A ida as ruas, neste mês de junho, em todo o Brasil, nos seus poucos dias, conseguiu mobilizar um espectro importante da sociedade, composto pela classe média que tem sido, sistematicamente, reprimida e espremida, pelas políticas públicas e por impostos, cada vez maiores, e um autoritarismo sufocante que, na suposta defesa de direitos sociais, impede e sufoca até mesmo o tradicional humor brasileiro com a imposição legal de coisas que não tem nada a haver conosco como é o caso do politicamente correto ou da imposição de cotas raciais numa sociedade por si mesmo já miscigenada. Este que, pode ter sido o início de outros movimentos ainda imperceptíveis, mas, que, certamente, virão, não somente porque os tempos de tais lideranças se esgotaram, como pelo fato de que o fenômeno que assistimos foi o de um furacão, que se formou inesperadamente, concentrando uma grande força reprimida, saiu arrasando pelas ruas e que, todavia, permanece, depois dos estragos, em estado latente, sem se dissipar, com uma força e uma capacidade de se formar novamente, a qualquer instante, basta que se reproduzam motivos para novas insatisfações. O que ficou patente, explícito, demonstrado é que foi uma reação ao partido que está no poder, aos políticos que estão no poder. É sim uma reação da classe média, embora com muito apoio das classes mais baixas, contra absurdos como a brutalidade policial, os horrorosos serviços públicos e até mesmo a perda de renda e de importância das pessoas que tem conhecimento, que tem sido execrada seja como funcionários públicos, seja sob o nome, que deveria ser elogioso, de “elite”. Afinal, em qualquer país do mundo civilizado, o que se espera é que seja a elite quem vá dirigir seus destinos e não os despreparados, os menos cultos. Pode-se dizer que este tipo de movimento também acontece nos países desenvolvidos, na Argentina e na Venezuela. É verdade. Porém, também lá é o cansaço dos governados com os governantes, é o mesmo descompasso entre o que se espera e o que a representação política faz. Em especial é, de uma forma clara, o cansaço com as esquerdas- para se termos um diagnóstico realista. Que ninguém espere que saía deste movimento lideranças ou um partido. Não é provável. O provável é que o povo descobriu que não precisa de sindicatos, partidos políticos, associações de classes ou qualquer tipo de instituição, para exercer sua força e que os políticos e governantes precisam atender as demandas e insatisfações da sociedade. Foi como se fosse um basta as manipulações. No meio da Copa das Confederações disseram que desejavam mais do que “Pão e Circo”. É evidente que a compreensão deste momento ainda irá ser adequadamente clarificada, embora, já tenha mudado o jogo e dado um chute nas velhas e conhecidas formas de controle. Quem está no poder que se cuide. Com o monstro nas ruas mais do que nunca o poder será efêmero.

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