É um problema demasiado humano, talvez provindo do desejo de sermos “realistas”, somente nos ocuparmos daquilo que é imediato, dos problemas políticos e/ou econômicos tidos, no presente, como mais relevantes. Daí, é uma tendência inevitável, nos ocuparmos de fazer distinções fundamentais entre o que é importante, ou não, para o futuro. Tendemos a tratar exclusivamente do momento, do que está na moda. Isto é visível, por exemplo, pela atenção que se dá pela intervenção da Rússia na Ucrânia. Efetivamente, embora não se possa desconsiderar os aspectos humanos, não está acontecendo nada de muito diferente do que sempre foi a tônica das grandes nações, das nações com poder: o utilizam para impor seus desejos. Claro que isto tem consequências, mas, são consequências muito menos de longo prazo do que, por exemplo, os grandes avanços na desmaterialização da economia cujo principal motor está sendo o Metaverso. As transformações que esta nova forma de interagir irá provocar já se torna visível no aumento de sua popularidade, e visibilidade, que atrai a atenção de empresas e investidores. Um dos sinais da importância que terá vem de que as grandes marcas de luxo do mundo identificaram o seu maior potencial, que é o da vontade humana de ser o que quiser, sem limites ou julgamentos. Hoje, são óculos especiais que podem nos levar acima das limitações dos cinco sentidos, nos levar para um mundo imaterial onde podemos satisfazer nossos desejos usando o campo da realidade virtual, da realidade aumentada e da própria holografia. Também o surgimento de Plataformas de Games (Roblox, OpenSea, SandBox, Fortnite e outras) ocupando um mercado global de US$300 bilhões (universo dos Games) compreensivelmente incomoda muito o Google, o Facebook, a Apple e a Microsoft que tentam dominar o mercado da Geração “Z” (nascidos entre 1995 e 2010) e da Geração “Alpha” (nascidos depois de 2010) por entenderem que seu comportamento, visão, idéias, determinarão o consumo global do futuro. Assim, foi premido pelas circunstâncias, por se sentir atrasado, que o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg mudou o nome de sua empresa para “Meta” e anunciou o “Metaverso” com um aporte de US$100 bilhões de investimento. O poder de transformação desta nova realidade virtual pode ser avaliado pelo fato da Ralph Lauren com a Plataforma Zepeto, feita com um investimento da SoftBank e um valuattion superior a US$1 bilhão, alcançou rapidamente mais de 1 milhão de visitantes na sua loja virtual. Se formos falar de marcas estrangeiras a quantidade no Metaverso é imensa, desde Coca-Cola, Nike, Gucci, Balenciaga, OutBack, Rolls Royce, Hermés, Adidas e Blueberry-somente para mostrar empresas conhecidas. O fato marcante é que esta camada nova da realidade, integrando os mundos real e virtual em um ambiente imersivo, um universo que só existe teoricamente, no Brasil, se calcula que já agrega mais de 5 milhões de seguidores! E se estima que, até 2030, segundo a Revista Cult, surgirão dentro dele diversas profissões. Por enquanto, é sintomático que a Boticário, via Plataforma Avakin, obteve mais de 9 milhões de visitantes em sua loja virtual. Que a BioBots, uma Startup brasileira de publicidade, especializada na criação de Avatares de “Influencers” e famosos, como por exemplo a versão digital da Sabrina Sato, chamada “Satiko”, faturou R$20 milhões e prevê aumentar seu faturamento para R$50 milhões até 2023. Todavia, um sinal forte do futuro que nos espera vem dos Fundos Imobiliários e Fundos de Investimento especializados em negócios do “Metaverso”. Um deles, recém lançado pela XP e Rico, prevê R$100 milhões de aporte inicial. Não se enganem: em uma década o mundo não será mais o mesmo. O intangível e as infinitas possibilidades da imaginação humana nos levarão para um mundo muito diferente.
Ilustração: Tecmundo.com.br.
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