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sexta-feira, setembro 23, 2005

A Indústria de Projetos Inúteis

O presidente Lulla da Silva sancionou, hoje, dia 23 de setembro de 2005, o projeto Fábrica de Escola. À primeira vista um excelente projeto que tem como objetivo incluir no mercado jovens de 16 a 24 anos pertencentes a famílias com, no máximo, renda de 1,5 salário e que estejam regularmente matriculado numa escola. Também louvável a preocupação de buscar parceria junto ao empresariado e as instituições com fins não lucrativo.
No entanto o real problema de projetos iguais a este é o de que o governo não se propõe a bancar os seus custos. Assim, além de repassar a execução para a iniciativa privada exige que esta durante o prazo mínimo de seis meses ofereça aos participantes uniformes, alimentação, vale-transportes e seguro pessoal e de acidentes. Não bastasse exige uma série de esforços burocráticos de acompanhamento, apresentação de comprovantes e prestação de contas, ou seja, o governo entra com uma parcela mínima de recursos e empurra o problema para os outros. É verdade que paga aos jovens que fazem o curso profissionalizante uma bolsa auxilia de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), porém isto serve mais para distorcer a seleção do que para ajudar o projeto, pois, nesta faixa de renda, muitos vão fazer somente para ter acesso aos recursos invés de buscar a capacitação.
É triste, portanto verificar que uma prática antiga continua em pleno vigor: a do governo fingir que trata dos problemas criando projetos sem recursos e sem possibilidade de modificar de fato a realidade. È uma indústria de projetos inúteis que só cria burocracia e só dá resultado nos poucos casos em que algum funcionário público abnegado ou alguém com características invulgares de sacrifício em prol dos outros utiliza os parcos recursos para gerar algo maior. Na maioria das vezes acontece como acontece com os cursos do FAT são feitos para serem feitos, apressadamente, com os recursos mal gastos quando não desviados e servem meramente para algumas entidades que o aplicam de forma mais satisfatória ainda que com grande sacrifício pelo fato dos recursos não serem suficientes para bancar os custos.
É mais triste ainda verificar que as boas idéias, principalmente para os jovens, continuam sendo utilizadas apenas para demagogia e publicidade. Que para o segmento mais importante e mais sofrido de nossa sociedade, os jovens, cujas despesas deveriam ser consideradas investimentos, continuam a não existir recursos e tudo que é feito depende muito mais de pessoas que, voluntariamente, se sacrificam para criar um mundo melhor.

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