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quarta-feira, setembro 14, 2005

A Lógica dos Trópicos

Embora a ciência seja o que os cientistas concordem com o que ela é, no entanto há alguns consensos explícitos mesmo nas complexas Ciências Sociais. Assim é indiscutível, que, nas sociedades de mercado, a produção é resultado da iniciativa privada e o governo, quanto mais cobra impostos, mais participa da produção nacional dela retirando recursos, menos bem faz. É uma lógica que parece não funcionar nos trópicos, especialmente no Brasil. Basta verificar o relatório do Banco Mundial denominado “Fazendo Negócios 2006: Criando Empregos”. Lá se constata, a partir da análise de 10 tópicos que o Brasil é um dos piores lugares do mundo em termos de ambiente para negócios e investimentos.
Para se ter uma idéia clara o estudo, que abrangeu 155 países, o Brasil aparece em 119º lugar depois de quase todos os países da América do Sul. Pasmem, em termos de ambiente para investimentos, estamos depois da Bolívia (111º lugar), do Paraguai (88º) e do Uruguai (85º) anos luz longe da Argentina (77º) e do Chile (25º), o melhor posicionado da região. Sabe qual a razão? Abrir uma empresa brasileira e os gastos com impostos são tópicos nos quais estamos entre os mais atrasados do mundo. Uma empresa brasileira consome 2.600 horas/ano somente para pagar impostos sendo estes, a burocracia e o caro e complexo sistema judicial considerados entraves imensos para o desenvolvimento dos negócios.
Em suma a nossa lógica é uma lógica perversa. O Estado que deveria criar um ambiente para a geração de riqueza e de empregos é o principal obstáculo para a livre iniciativa, daí os elevados níveis de informalidade que crescem na medida em que é impossível ser empreendedor num ambiente no qual se é perseguido pelos burocratas e pelos impostos. E para quê? A resposta mais evidente é que os mensalões, malas e cuecas da vida se alimentam, justamente, de criar facilidades para os espertos, porém, com um ambiente, assim não se cria prosperidade nem desenvolvimento. È a triste lógica dos trópicos.

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