É
impressionante a fragilidade do discurso de esquerda nesta eleição de 2018. Se
uma de suas capacidades sempre foi a de vender o sonho, o imaginário, novas
formas de ver o mundo, o que se mostra, nesta eleição, é que se encontra à
direita da direita, de vez que, hoje, luta pela conservação do “status quo”, ou
seja, são os verdadeiros conservadores. Nesta eleição bradam, desesperadamente,
pelo politicamente correto, quando toda a cúpula petista se encontra na cadeia
ou processada, e, sem a menor lógica, incorporam nos seus programas a
descriminalização das drogas, o aborto e a liberdade de criminosos. Ignorando a
vontade popular pregam a volta dos “bons tempos”, que não pode ser representado
por eles, basta ver que escondem Dilma Roussef, o retrato do desastre econômico
e são guiados por Lula, um detento. O
resultado é o que se vê: os segmentos ditos de direita, mesmo sem dinheiro e
imaginação, conseguiram criar um conjunto de imagens, de estatísticas, de
slogans que empolgam o eleitorado. O comportamento politicamente incorreto de
Bolsonaro deixa os adversários encurralados numa armadilha: para tentar miná-lo
precisam dizer que são politicamente corretos, quando não o são. Então, só
restam os argumentos rasteiros: Bolsonaro é fascista, racista, misógino,
homofóbico, e, agora, para completar, desonesto.
É
um ótimo discurso para Bolsonaro. Principalmente, que sem poder sair do canto
do ringue, a esquerda em geral, e os petistas em particular, se exasperam e
exercem a censura, o moralismo, o policiamento e até o xingamento contra os que
pensam diferente, em suma, perderam o patrimônio de ser a vanguarda da
sociedade e foram empurrados para exercer o papel da direita mais extrema, de
repressão, de acusações infundadas, de
policiamento ostensivo e antidemocrático da opinião e dos direitos
alheios. É uma completa inversão de papéis: a esquerda se tornou extrema-direita!
O que não enxergaram, até por problemas ideológicos, é que não existe ideologia
nenhuma na ascensão de Jair Bolsonaro. Uma parte é culpa do insucesso do
governo petista na economia, mas, outra parte é porque Bolsonaro encarnou o
reclamo popular pela decência na vida pública. Contra isto não adianta dizer
que Bolsonaro representa a barbárie (atribuindo a si mesmos os papéis de
iluminados). Bolsonaro somente usa o figurino que o povo deseja de moralista,
militar e defensor da ordem pública. Caiu nas graças do povo porque apareceu
gritando primeiro contra a desordem, a desorganização, a anarquia de Brasília! Ganhou
notoriedade por representar o diferente no meio do discurso tosco, comum e
mentiroso dos políticos. O capitão caiu
na graça do povo e ganhou notoriedade por ser um “outsider”. E a participação
de militares no seu governo é vista como um sinal de que se terá ordem no
futuro, como um aviso de que as coisas irão mudar. Invés de causar temor, causa
satisfação. E é contra este sentimento que a esquerda e o PT lutam. Querem
derrubar Bolsonaro de qualquer jeito. Não respeitaram nem o seu bucho aberto
por uma facada, mas, estrebucham desesperadamente na mão dos brasileiros que
ignoram, sistematicamente, seus ataques, respondendo com o aumento da vantagem
de Bolsonaro sobre seu adversário. A esquerda, que ironia, se colocou contra o
povo! Irão se desesperar, sem jeito, até serem derrotados fragorosamente nas
urnas no próximo dia 28 de outubro.
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