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segunda-feira, outubro 01, 2018

ELEIÇÃO NÃO É RISCO PARA A DEMOCRACIA



Muitos analistas, apressados ou influenciados pela mídia ou mesmo pelas redes sociais, afirmam que o país está dividido entre Bolsonaro e PT, daí que, qualquer deles que ganhe, a ingovernabilidade ameaça o próximo governo. Sinceramente esta não é minha leitura da situação atual. É visível, por exemplo, o desgaste do PT, mesmo no seu núcleo mais forte, o Nordeste. Haddad, segundo o último levantamento do Ibope, alcança apenas 29% dos votos, enquanto Bolsonaro, sem base partidária forte e sem horário eleitoral, consegue ter 17% dos votos. E a propaganda do  candidato do PT, Fernando Haddad,   prometendo que os bons tempos de Lula voltarão parece não surtir o efeito desejado. Ninguém parece ter saudades deste passado, exceto os próprios petistas.
Talvez ainda esteja muito recente na mente das pessoas o próprio anúncio eleitoral da campanha de Dilma Roussef que prometia a felicidade, a volta dos bons tempos de Lula, mas, entregou ao país a maior recessão econômica de sua história. Basta verificar que saiu deixando 12,3 milhões de desempregados, com uma inflação em 9,3%, uma retração do Produto Interno Bruto-PIB de -3,9%, a aceleração da dívida interna que aumentou mais de 70%, sem contar a perda de valor das empresas nacionais do qual a  assaltada Petrobrás foi o maior exemplo. Ninguém deseja mais a volta do PT dos “nós e eles”, afora os petistas que, por problemas com a justiça ou ideológicos, aceita a tosca versão de Lula e deseja vingança contra os “golpistas”, que promoveram o impeachment de Rousseff. O problema disto é que os supostos “golpistas” são a maioria do povo brasileiro.
Quanto a Bolsonaro (PSL) é verdade que se trata de um candidato impregnado de conservadorismo, bem como, parte de seus adeptos fazem manifestações de racismo e homofobia. Porém, muito mais do que isto sua força se deve apelo aos valores familiares, à necessidade que as pessoas sentem de ordem, de segurança, da volta, aí sim onde estão as verdadeiras saudades, dos tempos em que se podia circular pelas ruas sem medo de assaltos ou de tiros. Bolsonaro pode até não ganhar, mas, no momento atual, é quem mais representa a necessidade de paz que o país anseia. É paradoxal que um capitão do exército, uma pessoa com personalidade contraditória como ele, encarne, hoje, as aspirações nacionais. No entanto, ele sim é o representante do desejo da maioria por ser, de fato, o único que mobiliza a população, inclusive parte contra ele. Mas, isto não autoriza ninguém, inclusive por seus atos e palavras, a crer que sua eleição seja uma ameaça às instituições.
Penso que não importa quem ganhe não há riscos para a governabilidade, que já passou por testes bem duros nos últimos tempos. A questão muito maior que envolve a atual eleição é se iremos avançar ou não, além de Lula. Na verdade é sua sombra que tisna a atual eleição, de vez que, mesmo na cadeia, ainda manipula seu partido e interfere, de forma indevida, no processo eleitoral. Mas, somente isto é feito com a conivência de grande parte da imprensa (por ele muito favorecida) e pela manipulação de dados das pesquisas. Apesar dos pesares, mesmo com o acirramento de opiniões, a democracia se fortalece com eleições.

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