A
primeira pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada na segunda-feira, 15,
confirmou o que as outras existentes já afirmavam: Bolsonaro aumentou a
distância em relação ao seu adversário. Mas, os
59% das intenções de votos de Jair Bolsonaro (contra 41% de Haddad),
considerando-se apenas os votos válidos, uma diferença a favor do candidato do PSL
expressiva de 18% de vantagem pode ainda aumentar muito mais. É o que mostra a pesquisa
Datafolha de 10 de outubro, onde Bolsonaro obteve 58% das intenções de voto,
enquanto que para Haddad este número foi de 42% e apontava que a rejeição a
Haddad agora é muito maior do que a de seu adversário: 47% dos pesquisados
afirmam que não votariam nele em hipótese alguma enquanto que para Bolsonaro a
rejeição foi de 35%. Este é um indicador que a campanha eleitoral em rádio e
televisão de Bolsonaro está sendo mais eficaz do que Haddad em provocar o
aumento da rejeição do concorrente.
Isto
em grande parte porque Bolsonaro está sendo beneficiado por dois fenômenos
conjuntos: 1) O PT optou por uma campanha de ataque ao que considera pontos
negativos do seu concorrente e taxando-o de fascistas; 2) Há um grande
sentimento antipetista e anti-Lula que, segundo pesquisa, dois terços dos
brasileiros desejam que continue preso. A pecha de fascista em Bolsonaro parece
muito pouco eficaz. Afinal se trata de um nome que, no primeiro turno, recebeu
49 milhões de votos e, como a insensatez do ataque se espalha, nas mídias
sociais se torna mais negativo ainda com os petistas convictos tachando os
eleitores de Bolsonaro de fascistas. É muito fascista no Brasil inteiro pelo
visto. Só aumenta a rejeição ao PT e ao seu candidato.
Também o PT não desce
do salto alto e não fez o seu “mea culpa”, apesar de toda a sua direção já ter
experimentado a cadeia. Neste ponto, o senador eleito, Cid Gomes, detonou uma
crítica que foi contundente: o PT agia como se fosse “dono do Brasil” e o
Brasil é, de fato, um país complexo. Nem mesmo adiantou a retirada de Lula das
imagens e a mudança nas cores, eliminando o tradicional vermelho do PT e
adotando o verde-amarelo, a marca negativa do partido, pois, como também adotou
uma agenda onde as propostas de governo continuam sendo vagamente expostas ( o
que também acontece com Bolsonaro) as
campanhas investem nos conflitos no campo moral e cultural, que sempre foi o
forte do populismo no PT, porém, que, agora, parece Bolsonaro e sua equipe têm
aplicado esta técnica com muito mais eficácia. Nada parece mover as tendências,
o que favorece Bolsonaro, principalmente, porque se persistem estas condições,
é provável que o capitão deve vencer a corrida
presidencial com uma ainda mais larga margem de vantagem. De vez que, dada a
expressiva diferença de votos em favor de Bolsonaro que não foi captada pelos
institutos de pesquisa, tudo leva a crer que parece haver muitos eleitores que
evitam declarar publicamente sua opção por Bolsonaro, mas, são votos que podem
produzir uma vantagem numérica ainda maior. O primeiro turno mostrou isto
concretamente e, com o pouco tempo existente, e a mais completa falta de opções
no quadro atual, onde são limitadas as chances de mudança, tudo indica que
Bolsonaro deve vencer com uma diferença muito maior.
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