Total de visualizações de página

quarta-feira, outubro 12, 2005

O RISCO LULLA

Tá na hora! Tá na hora!
Quando Lulla da Silva derrotou o suposto modelo neoliberal de FHC surgiu como a vitória de um projeto que prometia esperança, prioridade do social e uma mudança radical no modelo econômico brasileiro do qual se esperava, supostamente, que levasse a uma modificação dos padrões históricos de desigualdade do país. Hoje, infelizmente, nada mais resta de qualquer dessas promessas.
Lulla é uma espécie de zumbi cujo mau-cheiro se descobre em cada passo de seu governo, em cada gesto, em cada fala e em cada companheiro ou parente. Uma hora é o filho, outra hora é o irmão, outra hora são os gastos de cartões de crédito e, quando se espera que a coisa vá amainar, aparece o Ministério Público mostrando que o filho de Zé Dirceu teve Waldomiro como “procurador” de seus interesses na Casa Civil. É a deterioração completa do mais importante partido brasileiro, referência internacional de esquerda, que, ironia, tem, agora, como esperança maior eleger Berzoini, o do prêmio de crueldade, para se refundar. Está refundido por natureza.
Nada mais resta da bela trajetória de um partido e de um dirigente, Lulla da Silva, que marcaram a política brasileira brandindo a ética na política e a prioridade social. Ambas as bandeiras, sujas de lama, se foram pelos ralo substituídas pelas malas e cuecas recheadas de dólares, pelos publicitários com contas no exterior, por uma corrupção sistêmica e sindical que aparelhou o Estado e, descoberta, parece estranha aos próprios membros do partido, mas é o retrato da distância entre a cúpula do partido e seus militantes quanto mais do povo que acreditou nas falsas promessas. Lulla se fosse capaz de auto-crítica renunciaria. Como não é capaz terá que ser apeado. Cada vez mais será uma questão de governabilidade ou a classe política, cega, estará caminhando para que a desesperança faça nascer um novo período ditatorial.

Nenhum comentário: