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terça-feira, outubro 18, 2005

TRISTE BRASIL, Ó QUÃO DESSEMELHANTE!

Quem mostra é o último Relatório de Desenvolvimento Humano, da ONU, que o Brasil é o quinto mais desigual do mundo: perde apenas para a Namíbia, o Lesoto e a República Centro-Africana, países africanos, e o Paraguai. O documento foi feito pelo Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento-PNUD, no qual também esta explícito que os 10% mais ricos do Brasil faturam 68 vezes mais que os 10% mais pobres, ou seja, uma desigualdade que deveria, no mínimo, ser o objetivo central da política econômica desenvolvida no país.
Porém, como acontece desde que foram implantados os governos militares, os objetivos até podem ter sido de desenvolver, porém jamais de distribuir renda mesmo depois que o bolo cresceu. Todas as políticas públicas têm sido concentradoras com os ricos ficando mais ricos e os pobres ficando cada vez mais pobres. Nem mesmo com a volta da democracia o Brasil deixou de continuar seu inexorável destino de ser um dos países com a maior concentração de renda do mundo.
A palavra distribuição de renda, embora extremamente usada nos discursos, foi, nos últimos oito anos de Fernando Henrique e, mais agora na gestão Lulla da Silva, um tema recorrente, mas que não se traduziu, em momento algum, em prioridade de governo. A prioridade tem sido o ajuste das contas públicas feito via política monetária com juros altos para segurar a inflação e corte nos investimentos e nos projetos sociais. Daí o endividamento, o aumento dos lucros bancários, o sufoco do setor produtivo, o nível de emprego estagnado e a renda do trabalhador decrescente sem contar com a constatação de que a classe média vai desaparecendo tragada pela não recomposição das perdas, a alta carga tributária e a inflação.
O mais grave no relatório do PNUD é verificar que, no caso do Brasil, a transferência de 5% da renda dos mais ricos para os mais pobres seria bastante para tirar da miséria 25 milhões de pessoas. Ou seja, só isto já garantiria o sucesso de qualquer governo comprometido realmente com a melhoria da distribuição de renda. No entanto o governo atual, comprovadamente, tem gastado mais com propaganda do que com programas sociais ou com o microcrédito. Na verdade são desenvolvidas políticas compensatórias, como os programas de transferência de renda, como restaurantes populares ou farmácias populares, mas não reduzam a desigualdade, embora seja, importante para a sobrevivência das parcelas mais pobres da população. Não adianta o Brasil registrar números positivos na economia quando se mantém a mesma fórmula de concentração da renda nas mãos de poucos. Não há forma do Brasil encontrar o seu caminho sem diminuir a desigualdade e, infelizmente, o atual governo se mostra incapaz de dar respostas eficazes aos problemas nacionais.

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