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sexta-feira, outubro 28, 2005

OS MEIOS E A MASSA

A verdade é que, no Brasil, afora os baixos índices de escolaridade, o sistema de mídia de massa também ajuda a desinformar as pessoas ,o que torna mais fácil ludibriar os eleitores, pois quase toda população carece de consciência política. De fato a opinião política da grande massa brasileira acaba sendo plasmada via televisão e, mais específicamente, nos jornais televisivos mais assistidos, e por isto mesmo mais censurados, a ponto de somente veicularem notícias superficiais, sem maiores análises e, muitas vezes, colocadas de modo parcial, ao sabor dos interesses do momento.
Acrescente-se ainda que, na verdade, a grande massa não assiste, na TV, nem mesmo aos noticiários quanto mais aos programas mais voltados as análises das questões públicas essenciais. E também porque muitos deles só passam em horários tardios ou em canais da TV paga. Assim, quem acompanha os fatos políticos, quem tem opinião própria, quem possui uma argumentação lógica é uma minoria cujos opiniões somem no meio de uma massas pouco esclarecida que é quem decide os destinos das eleições e, muitas vezes, em cima de promessas enganadoras
Não há formas, inclusive de quebrar este monopólio das comunicações, na medida em que a forma utilizada pelas emissoras existentes, além de um investimento de longos anos, se perpetua pelo uso de pesquisas de opinião e somente levam em conta a possibilidade de dar lucro ou não, aparecer, ou não, no Ibope. Assim somente se divulga idéias de grupos com interesses econômicos, ou políticos, por meio de acordos de reciprocidade, que envolvem receitas e, acabam, por levar a triste situação do atual escândalo do “Mensalão”, que nada mais é que o ápice de um esquema imoral e sem futuro para os objetivos reais da nação .
Neste contexto, a democratização da comunicação de massa é indispensável. A questão é que somente se pode fazer tal mudança pela via política e aí se volta a velha parábola dos ratos que deveriam colocar um guizo no gato. Se são os canais de TV abertos, que podem ser assistidos sem se ter que pagar pelo recebimento do sinal, são que o povo assiste como diversificar uma programação mais crítica (e fazer com que a população assista) sem que recebam receita dos espectadores se somente ganham muito dinheiro com propaganda? A formula da televisão estatal, como toda atividade estatal, está gasta pela sua inoperância e incapacidade explicita de gerar uma grade com condição de concorrer com as redes privatizadas. È um dilema a ser enfrentado.
É certo que há tvs estatais que fazem bons programas de cultura e de análises de fundo, mas não são boas de jornalismo nem conseguem ser boas de audiência. O ruim é que canais sob controle da iniciativa privada não garantem uma informação de qualidade e formadora da consciência política da população. Sem encontrarmos soluções para tal problema, de vez que os meios impressos e a própria Internet não se constituem, ainda, no mundo atual uma alternativa, corremos o sério risco de manter uma massa sumamente bem entretida, porém sem a menor consciência política.

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