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terça-feira, fevereiro 21, 2006

O NÓ DA EDUCAÇÃO

O presidente Lulla, fazendo pose com Bono Vox, disse que pretende desenvolver o Nordeste criando na região um pólo produtor de biodiesel. Segundo ele sua grande iniciativa para redução da pobreza e criação de postos de trabalho, uma forma de inserir no mercado centenas de pessoas, dos mais variados níveis de escolaridade, do primário ao universitário. Assim como não tem o menor apreço pelo planejamento a fala de Lulla demonstra também que não entende que não há programa possível de desenvolvimento que não passe pela educação. Isto fica patente não apenas pelo fato de, orgulhosamente, ter dito que, pela primeira vez na história, havia um presidente e um vice que não possuíam diploma de curso superior (só o diploma da vida) e por admitir que jamais leu um livro. Podia até não ter lido, mas para que dar um triste exemplo deste? A resposta é que Lulla despreza a educação, não compreende que se trata da única forma real de crescimento das pessoas porque, no caso dele, por uma série de fatores conseguiu sucesso sem estudo, sem gostar de trabalhar e estudar. Basta lembrar que o também metalúrgico Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, deputado federal por São Paulo, formou-se em Direito. Não reclamou que lhe faltava tempo para fazer um curso universitário nem dos problemas de formação. Foi à luta e se formou com esforço, é verdade, mas é o oposto de Lulla. É alguém que vem crescendo, não estacionou e que reconhece ter melhorado com a educação.
E é, de fato, preocupante a falta de atenção de Lulla da Silva com a educação. Afinal não se trata apenas do principal elemento transformador de um país. A instrução da população é a base real do desenvolvimento e, na fase atual em que o trabalho repetitivo está desaparecendo, ou se dá embasamento, por meio da escola, para que as pessoas tenham conhecimento ou não se terá como fazer a inclusão no mercado de vastas camadas da população por mais projetos mirabolantes que se criem. Para ser cidadão, para ter renda, mais do que nunca, hoje é preciso ter estudo. Neste sentido, por mais discursos que tenham sido feitos sobre a educação, jamais se levou à frente um esforço sério de escolarização em massa. Não apenas fomos um dos últimos países da América do Sul a ter uma universidade, mas carregamos o fardo de ser, entre os países emergentes, o que possui a maior massa de analfabetos e com um dos menores tempos médios por aluno. Assim não é surpreendente que grande parte dos nossos males seja uma linha direta da falta de instrução. Ter um presidente sem apreço ao estudo e sem ter a dimensão real da necessidade de conhecimento que pensa que pode (e vai levando) tudo na base da esperteza e da improvisação não é, certamente, um passaporte viável para a modernidade e para um Brasil mais justo socialmente.

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