Total de visualizações de página

quinta-feira, outubro 20, 2005

É PRECISO PENSAR O BRASIL

Embora cultive o otimismo não posso esconder o fato de que, como analista, ainda penso que as grandes crises estão por vir. Não só as ambientais, como a seca na Amazônia, ou os furacões no hemisfério norte, principalmente, as políticas. E isto é mais grave porque, infelizmente, neste momento, não temos teorias pensadas sobre a nossa realidade, nem lideranças capazes de apontar caminhos, ou seja, não estamos preparados para fazer com consciência as mudanças que devem ser feitas.
Infelizmente, repito, seja no ambiente político, seja no ambiente intelectual há a ausência de um pensamento original, de um pensamento brasileiro que separe o útil do inútil, o aplicável do inaplicável na nossa realidade. Falta pensar o Brasil atual, o Brasil não isolado do mundo. È preciso pensar o Brasil no mundo, pois estamos numa fase em que não há solução possível para a realidade brasileira sem levar em conta o contexto mundial. Não podemos nos deixar levar por falsos diagnósticos, voltados para o passado, que querem, pela recusa cega à mundialização, que querem retornar aos tempos em que o país desejava ser uma autarcia. A mundialização se tornou um fenômeno do qual não há como escapar. Fora dela não há qualquer sentido de progresso. Se, é claro, que devemos combater seus males, com a inteligência e a paixão possível, não podemos nos iludir quanto à inevitabilidade da globalização capitalista. A questão, porém é outra: de como, apesar dela, poderemos usar a inteligência e o saber para melhorar o Brasil no mundo e como fazer a defesa dos interesses da humanidade contra as possibilidades de catástrofe que este modelo embute. Não é possível, nem provável, que vá se ter sucesso, por exemplo, rompendo com o imperialismo, adotando uma posição radical sobre o pagamento das dívidas. No entanto é possível criar uma política de desenvolvimento não predatória, que não destrua as nossas reservas naturais, que leve em conta o meio ambiente e uma melhor distribuição de renda. Com tanta desigualdade, sem dúvida, o Brasil não poderá ser uma nação importante neste jogo, daí a necessidade inadiável, a urgência em pensar o nosso país. Em criar, de fato, uma política de educação e de distribuição de renda sem as quais as tragédias possíveis serão bem maiores que os mensalões, as secas e aftosas na moda. É preciso pensar o Brasil.

Um comentário:

Lia Noronha disse...

Silvio: te encontrei no blog da Saramar.Visitei os seus três blogs.
Não curto muito discutir política.Por isso não deixei comentários no primeiro...e acho que ficar reclamando do Lula não vai resolver nada.E se o serra tivesse ganho a eleição ao invés dele estaríamos melhores?
Questões que nos perseguem...
Vou para o terceiro blog...porque de poesia eu sei falar...
Abraços carinhosos e uma tranquila quinta-feira.