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segunda-feira, dezembro 26, 2005

ENTRE AS PALAVRAS E A AÇÃO

No seu programa semanal Café com o Presidente, Lulla da Silva garantiu que o Brasil se desenvolverá mais em 2006, sendo o "crescimento mais vigoroso e sólido". Para o presidente, isso se justifica pelo trabalho realizado nos três anos do seu mandato e foi taxativo: “- Não prometo, eu garanto ao povo brasileiro que vamos ter um Brasil se desenvolvendo muito mais em 2006”. E salientou que seu governo vai trabalhar para consolidar o que está feito, porque, segundo ele, "tudo está feito para a economia brasileira crescer". Ainda destacou que a redução da taxa de juros vai permitir mais investimentos em 2006, criando mais indústrias e empregando mais.E, eleitoreiramente, disse: “- Mais investimentos vão significar mais salário, mais compra no comércio, mais pedido nas empresas e o desenvolvimento do Brasil como eu sonho e todos os brasileiros sonham”. Explicou que a redução da taxa de juros é consistente porque “- Fizemos algum sacrifício para que a gente pudesse controlar a inflação. Agora, começou uma política de redução da taxa de juros que acho consistente, inclusive com a boa novidade do Conselho Monetário Nacional da redução da taxa de juros de longo prazo do BNDES de 9,75% para 9%”. Não esqueceu também a questão eleitoral dizendo que seu papel, o papel do presidente é não deixar que "ela tome conta do dia-a-dia administrativo, do desenvolvimento do país". E concluiu: “- As eleições não podem atrapalhar, não devem atrapalhar o crescimento. Temos a nosso favor os números do IBGE, da economia, os três anos de experiência e tranqüilidade mostrando ao povo brasileiro que o governo não se abala por mais grave que seja a situação. Afinal de contas, é assim que deve proceder um governo”. O problema de Lula é que há uma distância muito grande entre seu discurso e a realidade. Afinal Lulla já havia prometido que 2005 seria melhor, que se teria um “espetáculo de crescimento” e, no final, o que se vê é que a economia irá aumentar uns chucros 2,5 a 2,9%. Por que deveríamos acreditar nas suas palavras agora? Bem há alguns indicadores que o favorecem. De fato a diminuição da taxa de juros irá melhorar o nível de investimentos, mas, é preciso cautela, em tal otimismo. É o que, geralmente, o presidente não demonstra. De fato sempre toma o que pretende fazer como feito, ou seja, canta antes de por o ovo e, muitas vezes, o ovo acaba não saindo, daí que acaba por desmoralizar o canto. A verdade é que o nível da taxa de juros é um fator importante, porém, no Brasil, o peso imenso do Estado, retirando 40% dos recursos privados por meio de impostos, a burocracia excessiva, a intervenção desastrada do Estado é que dificulta, e torna imprevisível, o investimento. O presidente pode, e tem o direito de falar o que quiser, mas não é verdade que “é assim que deve proceder um governo”. Para proceder corretamente teria que fazer as reformas que devem ser feitas (a tributária, a política e do Estado) e não ficar tomando medidas meramente paliativas, como tem feito, muitas vezes, atravancando o Congresso com MPs. Falta ao governo menos discurso e mais ação.

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