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sexta-feira, janeiro 06, 2006

ATÉ NO CENTRO A CIDADE ESTÁ FEIA

Num começo de ano sem muito o que fazer (e na falta de dinheiro para ir a outros centros) resolvi dar um passeio desinteressado, como no velho estilo do flâneur ( um observador despreocupado) do filósofo Walter Benjamin. Quase que lanço a idéia, para alguma empresa, de fazer um programa Porto Velho a Pé, para turistas e suburbanos, especialmente os jovens conhecerem a parte antiga (ou o que resta dela) se possível com o acompanhamento de alguém como o capitão Esrom Menezes ou o professor Abnael que daria cores e valor sentimental para alguns locais, principalmente instruindo as novas gerações tão precisadas de exemplos dignos e de cultura.
Vaguei sem rumo um bocado de tempo, mas foi um passeio exemplar que comecei ali sem muita pressa do Shopping Center Cidadão, que já foi o Banco do Estado de Rondônia. Saí de lá enfrentando as calçadas cheias de camelôs e paradas de ônibus entupidas de gente lembrando que, no passado, os prefeitos tinham mais carinho com a cidade, inclusive porque a Praça Jonathas Pedrosa está um verdadeiro lixo, tão entupida de informais que nem mesmo os monumentos de lá se conseguem ver. Vi mesmo foi o mercadão em que se transformou a Barão do Rio Branco que ainda conserva uns traços antigos em um prédio ou outro. Vi também se destacando o prédio da Maçonaria e os restos mortais da antiga Câmara Municipal que dizem vai ser recuperada, embora não espere que o seja com a rapidez da Praça das Três Caixas D’Águas que permanece fechada já há bastante tempo e só fizeram retirar o piso.
Há a restauração do prédio utilizada pela Previdência que é um exemplo, bem ao lado do Edifício Rio Madeira, de como se pode usar o passado com inteligência e bom-gosto- algo difícil de ocorrer com nossos prédios velhos que caem aos pedaços sem que ninguém se importe em socorrer uma parte da nossa história (ou o fazem de forma equivocada impedindo que o passado seja utilizado em prol do progresso). Na Praça do Palácio, o próprio e o prédio da UNIR, com alguns monumentos que mereciam ser melhor tratados, temos uma parte histórica também de Porto Velho. Vaguei pelo Caiari e pela Praça Aluízio Ferreira, pedindo um melhor tratamento, e desci a Farquar sem muita preocupação de enumerar os locais de interesse, mas são muitos e mereciam um mapa e folhetos. Se existisse interesse.
Porto Velho possui muitas coisas típicas como o tacacá, caldo de cana, açai, saltenha, caldos, as tapiocas do mercado, os peixes no Cai N’Água, os Mirantes, locais que mereciam revitalização, valorização e outros ãos desde que evitassem o processo de degradação do seu centro, mas, infelizmente, nada de significativo foi feito até o momento. Sucessivas administrações já passaram, muitos planos, porém a triste realidade é que, até no centro, a cidade está muito feia. Lamentável, principalmente porque o centro é uma área agradável e dispõe de inúmeros recantos dignos de serem visitados por turistas e pelos seus habitantes.

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