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quinta-feira, janeiro 12, 2006

O CALCANHAR DE AQUILES

Decididamente o ano de 2006 será, novamente, vivido sob o signo do Mensalão. A insistência patética de Lulla da Silva e do PT em negar o óbvio tentando descaracterizar, simplesmente pela não existência da periodicidade alegada, o fato de que parlamentares receberam recursos para votar a favor do governo e mudar de partidos se estilhaça com a publicação do relatório parcial da CPI dos correios. Este pede o indiciamento de, pelo menos, cem pessoas que incluem o senador Eduardo Azeredo, Jose Dirceu, Luiz Gushiken, José Genoíno, Delúbio Soares, Silvio Pereira, Marcos Valério, Duda Mendonça e mais dez publicitários, dezessete deputados que reconhecidamente sacaram dinheiro do Valerioduto, além de dirigentes dos Correios, do Banco do Brasil, do Instituto de Resseguros do Brasil-IRB e um procurador da Fazenda Nacional, afora Roberto Jefferson e os donos dos bancos Rural e BMG. A defesa, portanto da tese da não existência do “Mensalão”, uma estratégia que acredita na cegueira eleitoral dos brasileiros, será, certamente, o ponto chave do debate eleitoral que irá conduzir sempre o governo ao canto do ringue na medida em que, mesmo com o presidente insistindo em querer adotar uma “agenda positiva”, não há espaço junto à opinião pública para qualquer solução que não passe pela apuração real dos fatos, por sua exposição e a punição dos culpados. Isto ficou bem evidente no simulacro de entrevista que Lulla da Silva concedeu a Pedro Bial que, apesar de toda a montagem, passou para a população a imagem de um presidente na defensiva, sem saber o que fazer e apenas culpar o PT pelos “erros” de seu governo. Acontece que o PT é indissociável de Lulla não apenas porque sempre estiveram juntos como porque, com chefe de estado, se a máquina de governo é usada por seu partido, a responsabilidade não deixa de ser sua e não se apaga apenas alegando que não sabia. Alegação, por sinal, difícil de ser aceita também porque quando todos seus mais próximos como Zé Dirceu, Luiz Gushiken, José Genoíno, Delúbio Soares, Silvio Pereira, que, segundo as próprias confissões, tinham “fidelidade canina” foram afastados não haveria, aparentemente, razão para não se por tudo a limpo. A única possível, e previsível, é que tal investigação como já foi dito por Roberto Jefferson acabe por mostrar que o “útero” da corrupção estava, de fato, no Palácio do Planalto. Nas atuais circunstâncias quando Lulla da Silva já disparou sua campanha sucessória com a malograda entrevista do “Fantástico” e um programa de obras que tenta recuperar o que devia ter feito e não fez nos três anos passados não há dúvida de que o constrangido presidente da telinha dificilmente escapará da perseguição ao seu calcanhar de Aquiles: o Mensalão.

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