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domingo, janeiro 22, 2006

A CPI DOS BINGOS: UMA ARMA CARREGADA

O encerramento da CPI dos Correios, que, num conluio pouco claro foi decidida que vai ser encerrada antes, não acabou, de forma alguma, com as preocupações de Lulla da Silva e do PT. Efetivamente os dirigentes petistas, agora, se mostram sumamente preocupados com a CPI dos Bingos. Não se trata apenas do fato que esta tomou duas medidas de impacto que são a convocação de Roberto Teixeira e a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamoto. A questão básica é que ambos têm ligações íntimas com o presidente Lulla. O primeiro, afirmou o ex-petista Paulo de Tarso Venceslau em depoimento à CPI, cedeu um apartamento para que o presidente morasse de graça por cerca de dez anos e está envolvido em esquema de corrupção. Já Okamoto admitiu ter pago contas de aproximadamente R$ 30 mil do presidente e foi também acusado por Venceslau de ser responsável por arrecadar recursos para campanhas eleitorais do PT de empresas que prestavam serviços a prefeituras petistas. Venceslau não se limitou a falar, pois encaminhou à CPI documento produzido por uma auditoria interna do PT que comprovaria a denúncia. Em nome da liderança petista o senador Tião Viana considera desnecessário o reforço da bancada governista na CPI dos Bingos, mas não negou que será preciso monitorar o andamento dos trabalhos e a votação, na quarta-feira, do relatório parcial produzido pelo relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).
A CPI dos Bingos, no entanto não é uma ameaça apenas por Teixeira e Okamoto. Também há outras frentes de investigação que podem gerar grandes problemas para o Lulla e o PT, em 2006, como:
O Assassinato Celso Daniel - A CPI investiga se o assassinato do ex-prefeito de Santo André teve motivação política. Suspeita-se que Celso Daniel foi assassinado por desejar acabar com o esquema de corrupção montado em sua administração.
O Caso Toninho do PT – Novamente a questão é se o assassinato do ex-prefeito de Campinas foi crime político.
A Conexão PT-Cuba - O depoimento encenado do motorista Éder Eustáquio Macedo, na quinta-feira, reforçou a impressão de que as campanhas políticas do PT de 2002 podem ter recebido dólares recebidos de Cuba.
A Gestão Pause - A gestão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à frente da prefeitura de Ribeirão Preto (SP) está envolta numa série de irregularidades. A comissão quer apurar um suposto esquema de caixa 2 montado por ex-secretários de Palocci.
O Caso Waldomiro Diniz – O contrato e as relações entre a Caixa Econômica Federal e a multinacional Gtech, especializada no processamento de loterias apontam envolvimento do ex-secretário do gabinete de José Dirceu e o contrato, em si, foi considerado pernicioso aos cofres públicos. O relatório parcial sobre o tema pedirá o indiciamento de 34 pessoas e o fim do contrato entre as empresas.
Hoje o fogo parece voltar a se centrar no ministro da Fazenda tanto que foi alvo de críticas da oposição e o senador Álvaro Dias sugeriu que Palocci deveria sair porque o responsável pela condução da economia do país não pode ficar no cargo sob ''séria suspeição''. Vem mais chumbo por aí.

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