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sábado, novembro 12, 2005

A FORMAÇÃO POLÍTICA DO JOVEM

Por mais que as pessoas desacreditem dos políticos e das instituições e reclamem, de forma generalizada, contra a impunidade existente ainda assim a crise política crônica atual tem um lado muito positivo. Este é o de que, invariavelmente, a política acaba sendo o centro das conversas ainda quando seja para criticar a última maracutaia descoberta sobre supostas ações de Gushiken ou de Palocci, a cara de pau de alguém em depoimento na CPI ou a fala evasiva e sinuosa de Lulla da Silva na televisão. O certo é que a política invadiu os espaços das conversas públicas mesmo que seja de modo bastante negativo. A massificação dos temas políticos, ainda que eivados de problemas criminais, todavia traz de volta à cena a necessidade de formação política e, notadamente, a participação dos estudantes e dos jovens, ceifada de forma trágica durante o golpe militar de 1964, seja pelo assassinato das lideranças mais pensantes, seja pela castração, em especial nas universidades, da discussão e do processo político. Tudo indica que os partidos políticos começam a despertar para a necessidade de inclusão dos jovens, daí a promoção de seminários, em diversas capitais e cidades visando à formação política, aproveitando o espírito crítico dessa faixa estaria ávida por uma organização política que empurre o Brasil para frente. Evidentemente empolgar os jovens, fazê-los participar do processo político não é fácil. A grande maioria dos jovens não tem interesse imediato por achar que política é enfadonha, é um setor da vida na qual a sujeira impera, de maneira que, inicialmente, poucos se dispõem a discutir as ações e práticas dos que se envolvem e praticam a política chamada profissional. Nem participar de partidos, principalmente quando, como agora, a devastadora crise do governo Lulla, que foi sinônimo de esperança e está virando símbolo de corrupção, deu um golpe mortal em muitos que despertavam para a atividade e, no momento, não sabem mais em que acreditar. Acrescente-se que a idade mínima para se exercer um cargo eletivo de deputado estadual, federal, senador, prefeito e vice, governador e vice, de 21 anos. Para vereador, a idade é de 18 anos, maioridade estabelecida pelo Código Civil, na pressuposição legal de que se devem assumir posições com mais maturidade. Porém isto não deixa de ser, nos tempos atuais, um desestimulo a participação da juventude que, precocemente, se julga preparada para participar de todos os escalões sociais. Ainda assim é preciso superar esses óbices à participação dos jovens que é a base para a formação de novos e autênticos líderes. Torna-se essencial que os jovens participem da política, dêem sua contribuição e se preparem para assumir e reformar os partidos que, infelizmente, perdem representatividade por não incorporar as demandas da população e servirem apenas como forma de controle das elites.
Só com a formação cultural-partidária da juventude e a recuperação do vigor dos partidos pela democratização e ascensão dos jovens aos postos diretivos com conhecimento de causa sobre a política poderemos, de fato, mudar os rumos do país. Esta a razão pela qual a esperança real de mudança reside na participação dos jovens na política.

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