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sexta-feira, março 10, 2006

A HIERARQUIA DOS MAUS EXEMPLOS

Os péssimos serviços que o Estado brasileiro fornece em troca de altos impostos, em todos os níveis de governo, não são novidade para ninguém. Ocorre que, para a manutenção de padrões civilizados de convivência, o mínimo que deve preservar é sua capacidade de manter a ordem interna. Esta no Brasil se encontra permanentemente ameaçada não apenas porque a violência é ubíqua e sistemática, mas, mais ainda, por, nos dias atuais, a ousadia dos bandidos estar crescendo na proporção da incapacidade do governo. Basta verificar os recentes acontecimentos que cercam o roubo armado de armas num quartel do Rio com a rendição de militares que proporcionou a ocupação de uma dezena de morros cariocas pelo Exército. Em suma se nem as Forças Armadas são mais respeitadas os bandidos vão respeitar quem?
Acontece também que os fatos não acontecem por acaso. A exposição das vísceras da corrupção, com a confirmação cabal das suspeitas públicas de que o que se pensava era verdade, que o uso da máquina pública, para campanhas e enriquecimento ilícito é prática rotineira na atividade política, seguido do espetáculo de impunidade não é dos mais educativos. É terrível o que se assiste quando se chega a ponto de inocentar dois parlamentares que, comprovadamente, receberam dinheiro de Marcos Valério, dinheiro, portanto extraído do poder público por vias tortuosas. Péssimo exemplo que se dá a sociedade. É, de fato, ainda mais chocante com a desfaçatez do deputado Roberto Brant que afirmou “Crime eleitoral não é quebra de decoro”, sinalizando para a sociedade que basta ter dinheiro, ter poder que tudo, absolutamente tudo, é permitido até mesmo afirmar que preto é branco contra a boa visão de todos os que não participam das mamatas públicas e pedem que se respeite, ao menos, a inteligência das pessoas. Diante disto que se pode esperar em relação ao comportamento social das pessoas se aprendem, de forma tão didática, que vale tudo?
Não é, portanto à-toa que dirigentes de Ongs e do MST considerem legal, e legítimo, invadir empresas, prédios públicos, quebrar laboratórios e dizer até o que deve ou não ser objeto da atividade econômica como se não estivéssemos num país de iniciativa privada. Muito pior é que parte dessas manifestações seja financiada com dinheiro público e incentivada pelo comportamento tolerante, ou omisso, das próprias autoridades encarregadas dos problemas. Como fruto de tanto mau exemplo não é de espantar que, em Porto Velho, no Urso Panda, ocorra mais uma fuga em massa de 45 presos de alta periculosidade que teriam escapado da prisão como ainda não se sabe. Sabe-se que interligaram cinco celas e depois fugiram através de um túnel, mas, como conseguem fazer algo assim sem ninguém perceber? É o descontrole e a má gestão que explicam todas essas coisas, porém o exemplo sempre vem de cima.
Sem bons dirigentes não teremos exemplos bons para os estratos mais baixos da escala social e caminhamos para um estado de barbárie.

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