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quarta-feira, março 01, 2006

A VIDA CONTINUA

Terminou o carnaval começa o ano novo-esta é a verdade. Se bem que este é um ano muito atípico (com copa do mundo e eleição) num tempo mais atípico ainda. Não há como não se estranhar os costumes (e a completa falta de recursos do cidadão) diante de um país no qual assistimos um festival de impunidade definitivamente assustador. Do jeito que a carruagem anda, apesar das inúmeras irregularidades e denúncias já constatadas, do “Mensalão” ter virado o tema predileto do carnaval, as três CPIs que deveriam passar o país a limpo esbarraram na defesa férrea dos parlamentares petistas e aliados (muitos deles receosos de serem alcançados pela lama que escorre fétida sobre os poderes) impedem que se desvende os furtos dos dinheiros públicos e privados, sem que seja permitido alcançar os chefões da corrupção, pois até liminares no principal tribunal da República cria blindagem segura para a cobertura de ações criminosas. Só falta como fecho da palhaçada ser acatada ação em que o cassado ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, chega ao escárnio de querer readquirir seu mandato quando, de fato, esta é uma punição deveras branda diante de tudo que fez por ação e/ou omissão.
É uma vergonha que, apesar de terem sido montados sofisticados esquemas de assalto aos cofres públicos, descobertos tais atentados à ética e às leis, permaneçam sem uma apuração graças, sobretudo a um Congresso aliciado por meios, no mínimo, infames, com a aquiescência, participação ou omissão do Judiciário. Constata-se um verdadeiro capachismo dos demais poderes ao executivo, malgrado este se mostrar completamente esfarrapado pelos expurgos das principais figuras governamentais e partidárias e, por incrível que pareça, ainda se vende à reeleição de Lulla da Silva não se sabe atendendo a que sórdidos interesses, porém, evidentemente, instaurando uma nova ética na qual tudo é possível desde que se tenha dinheiro e poder político, inclusive criar sistemas de corrupção, roubo e crime, num processo que não somente desestrutura os partidos como a própria sociedade. Afinal se vale tudo, então nada vale tanto como a violência, a posse das armas, a imposição pela violência.
Hoje há uma perplexidade das pessoas cultas, dos brasileiros, da classe média (não das elites que podem escapar para Nova York ou Paris) do assombroso crescimento da imposição, por via dos caminhos ditos legais, de leis que ferem os direitos dos trabalhadores, aumentam impostos, impedem o crescimento do país e, por incrível que pareça, até o Senado, que deveria ser uma câmara revisora, um poder capaz de não permitir certas atrocidades, aprovou a incrível lei da exploração de nossas florestas, uma ponta de lança das máfias estrangeiras, em especial a anglo-americana, para a ocupação progressiva da Amazônia com a ajuda de ONGs, parte delas verdadeiras tropas de choques antinacionais e antidesenvolvimentistas. E, sem governo, com um governo títere, com um "presidente" que se ocupa, acima de tudo, com sua reeleição regada a discursos ocos e programas sociais assistencialistas caminhamos, cada vez mais, para o desmembramento de nossa nação. O país do futuro caminha de volta para o passado.
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