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quinta-feira, março 09, 2006

SEM FUTURO

O governo estadual anuncia que vai dar, em abril, um aumento de 2% e um auxílio alimentação de R$ 50,00 o que é bem mais que o aumento previsto de 0,01% do governo federal, mas bem abaixo da inflação de, no mínimo, 5%, ou seja, não recupera nem sequer as perdas salariais dos funcionários públicos. É bem verdade que esta política salarial não é apenas de Cassol. Em grande parte é nacional. Tem uma longa história. Começou com o ex-presidente Collor que na campanha eleitoral, utilizando os salários exagerados, e politicamente obtidos de segmentos do funcionalismo, em geral deputados, juízes, advogados, delegados e outros, vendeu a imagem de que todos eram marajás não só para ganhar a eleição, mas ganhando puder manobrar a máquina pública a seu bel prazer.
Ganhou e fez. Quem se lembra da época sabe dos famosos “currais”, locais onde os funcionários públicos eram amontoados, de uma hora para a outra, sacados de seus lugares e vitimas indefesas da vontade política de ignorantes completos dos tramites burocráticos. De lá para cá a situação somente tem piorado. Não apenas porque os barnabés experimentaram longos tempos de perdas salariais sem ter a quem recorrer, pois a Justiça tem sido uma cúmplice da injustiça sempre a favor dos governos por piores que eles sejam, como porque, cada vez mais, a indicação tem sido política chegando ao ponto na atual administração do PT na qual para ter acesso a qualquer cargo, ou CDS, como é o nome usual das gratificações, era indispensável ou ser do PT ou de um partido da base aliada com raríssimas exceções. Porém o pior de tudo e, sejamos justos, no caso o PT e Lulla somente pioraram o que já era muito ruim, a predominância das prioridades do caixa sobre as prioridades públicas e sociais. Tudo se subordinou as necessidades de pagar juros, de fazer investimentos mínimos e, em ultimo lugar, estão às pessoas e suas necessidades. E se for funcionário público, então ocupa a posição de ultimo dos últimos. O resultado é visível. Nossos serviços públicos somente se rivalizam com os africanos, as estradas caminham para se rivalizar com as da Índia e, no governo, com raras ilhas de excelência, tudo é difícil, demorado, penoso, ineficiente. Claro que isto tem a haver com a corrupção. Pagar bons salários não permite polpudas comissões, embora a massa salarial proporcione desenvolvimento e bem-estar. Porém não adianta a máquina e/ou equipamento mais sofisticado do mundo sem pessoas qualificadas, com conhecimento e boa vontade para realizar seu trabalho, daí estarmos caminhando a largos passos para a rabeira do mundo. Ou se modificam as políticas públicas para valorizar as pessoas, os funcionários públicos ou caminhamos cada vez mais para ser um país sem futuro.

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