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sábado, março 04, 2006

MUDANÇAS NAS NUVENS

O publicitário Marcos Valério, já tipificado nas diversas CPIs como pagador do mensalão, como está se sentindo desamparado e emparedado pela CPI dos Correios, ameaça detonar três bombas que explodirão nos terreiros do PT e do PMDB. A primeira bomba: segundo a revista Veja que circula nas bancas a partir deste sábado, Valério tem avisado que pode revelar detalhes de como, nos primeiros meses de 2004, fez o repasse do dinheiro utilizado por José Borba para pagar o apresentador Carlos Massa, o Ratinho. O apresentador, em troca do dinheiro, passou a usar seu programa no SBT como palanque de promoção do presidente Lula e seu governo, bem como apoiar a então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, que se encontrava em campanha para a reeleição. Como, quem se lembra ou leu, sabe, Ratinho fez uma longa entrevista com Lula num churrasco na Granja do Torto como é natural ao som de música sertaneja. A entrevista-churrasco passou a ser exaustivamente reprisada no programa do apresentador que sempre negou que recebesse qualquer pagamento. Fazia tudo por amizade e que amizade(R$).
As revelações prometem voltar a esquentar o clima, principalmente em face de que, apesar da CPI dos Correios estar sendo omissa em diversos pontos, inclusive na moleza e na análise das contas de Duda Mendonça, o simples fato de citar Lulla da Silva no final do seu relatório, mesmo não o indiciando, dará, efetivamente, pano para as mangas e munição para os adversários. Também no próprio PT a revelação de que se prepara outra Carta aos Brasileiros II, na qual há basicamente o compromisso de manutenção da atual política de arrocho das contas públicas e de manutenção do patamar dos juros altos que só seriam diminuídos no longo prazo, provoca dissensão no meio dos petistas. Um dos pontos que os críticos internos mais batem é na política econômica a quem atribuem parte importante dos “erros” dos companheiros. Para muitos dos petistas é uma repetição piorada do filme anterior, pois, ao fazer uma nova carta sem discussão interna, se está de novo abrindo espaço para que as cúpulas façam o que bem entendam e, novamente, o partido leve a culpa quando a coisa der errada. No entanto as principais lideranças do partido, ainda quando contra, se comportam como cordeiros com Berzoini e Tarso Genro (que falta de se mirar na filha) defendo que Lulla tem direito de “traçar as diretrizes de seu governo” como se fosse possível elle se reeleger sem partido e sem o apoio dos militantes.
As decisões, todavia estão se afunilando. O problema suscitado pela verticalização, as definições de PSDB e do próprio PMDB, com uma prévia tumultuada por Sarney, Renan e outros governistas que só desejam aderir, impõe que o ritmo do jogo seja acelerado. E, certamente, nos próximos dias, como provam as novas declarações de Marcos Valério, novas revelações hão de surgir acuando o governo que se encontra, no atual momento, embalado pelas aparentes perspectivas promissoras.

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