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terça-feira, março 28, 2006

UMA QUEDA ENSURECEDORA

Não há registro, na história administrativa do país, uma situação tão constrangedora como a do ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso, indiciado depois de confessar que quebrou o sigilo do caseiro Francenildo e, mais do que isto,que entregou pessoalmente o extrato bancário ao ministro Palocci. O desdobramento, com a panacéia do pedido de “afastamento” não tira o caráter de demissão e de uma demissão sobre todos aspectos desonrosa em que pese às desculpas esfarrapadas e a tentativa vã do ministro de negar que tenha tido qualquer envolvimento mesmo que operacional. É o primeiro ministro que se tem notícia que sai para ser indiciado criminalmente. A queda do ministro não foi apenas humilhante como foi também estrepitosa e ultimo recurso para estancar um mal que corroia aceleradamente o que resta do corpo sã. Não foi uma demissão, a rigor, foi uma amputação dolorida e sem anestesia.
Não adianta os parlamentares petistas, em especial a tropa de choque, Ideli Salvatti, Tião Viana e Mercadante, quererem, encobrindo o sol com a peneira, dizer que se trata de um “erro”. Um erro? È uma brincadeira. Foi um crime e um crime, como exposto por Matoso, coletivo e com um agravante: utilizaram a senha de outro funcionário sem sua autorização (estava de férias) para quebrar o sigilo com o intuito nada saudável de transformar o caseiro acusador em réu. Examinado friamente, por qualquer delegado, este não hesitaria em afirmar que não se trata somente de um crime, mas um crime acompanhado de outro, a formação de quadrilha, e com a finalidade de praticar mais um, qual seja o de atentar contra a honra de uma pessoa.
Acrescente-se ainda que não foi o passado, os fantasmas de Palocci, como também quiseram fazer crer, que o derrubou, embora deles tenham vindo o ponta-pé inicial. O que o derrubou foi a boca torta, o hábito de atentar contra as leis, o costume que é uma pratica usual de parte dos petistas de invés de discutir democraticamente os argumentos apresentados sempre procurar desqualificar os oponentes num jogo muito pouco democrático. De fato Palocci há muito tempo não tinha as condições éticas e morais para ocupar o posto que ocupava. Havia contra ele as denúncias substanciais de ter, durante sua gestão á frente da Prefeitura de Ribeirão Preto, ter recebido R$ 50 mil mensais, uma espécie de mensalinho da Leão & Leão, bem como as dúvidas sobre licitações de lixo, transporte público, merenda escolar, a ponte da rodoviária paga e não feita, o caso G-Tech, as dúvidas relativas ao seu envolvimento com os empresários de bingos e o dinheiro de Cuba, ou seja, eram muitos indícios que não poderiam ser desconhecidos. O presidente Lulla da Silva, olvidando o sábio conselho de que a mulher de César não somente deve ser séria como aparentar ser séria, ignorou todos esses sinais porque “devia muito” a Palocci e considerou tudo intriga da oposição. Que não era o demonstra a mentira final de negar o óbvio. Como custou a tomar a decisão a queda faz o barulho que faz e, definitivamente, joga lama para todos os lados.


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