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sábado, março 11, 2006

VEM AÍ TEMPO QUENTE

O carnaval terminou e começou o ano de fato. E é um ano que promete, pois, além da Copa do Mundo, as eleições vem aí e o jogo será muito mais pesado com a canela sendo considerada do pescoço para baixo. As provas de que assim será começaram com o encurralamento do ministro Antonio Palocci, que se encontra numa posição delicada, tendo em vista que suas versões tem sido, sistematicamente, desmentidas por testemunhas e, convenhamos, sua defesa é muito frágil quando apela não para desmentir os fatos e sim para querer desqualificar as testemunhas. O duro é que, muitas delas, como Buratti, conviveram com ele e as ligações, via telefonemas ou pessoas comuns, não deixam muito espaço para que se possa desmentir que, de alguma forma, os procedimentos do ministro quando prefeito, no mínimo, deixaram a desejar. E o pior é que até autoridades militares, no bate-cabeça dos ministros de Lulla da Silva, são contestados nas suas versões o que não ajuda muito a credibilidade de qualquer um deles. A verdade é que tudo que falam vem sendo desmentido pelos fatos.
Também a aparente posição de favoritismo de Lulla da Silva vai começar a sofrer sérios golpes. Basta ver as aparições televisas no horário político, bem no horário nobre, da senadora Heloisa Helena, remexendo, sem dó nem pena, as feridas do PT e do governo com uma calculada paixão (e frieza) que deve fazer o governo sangrar muito mais do que tem sangrado. Não se pode esquecer que Lulla, como Cassol em Rondônia, surge com favoritismo pela exposição e pela completa falta de oposição que, para sorte deles, tem sido incapaz de articular candidaturas ou fatos que venham a por em xeque seus governos. No entanto isto irá mudar na medida em que se aproximar as eleições. Que já está mudando basta ver a representação ajuizada no TSE em que o PT alegou ter o PFL desviado a finalidade de sua propaganda partidária ao utilizar imagens de seus integrantes em contexto que os associa a práticas criminosas e ao não identificar a sigla do partido responsável pelo programa. Trata-se, é claro, dos comerciais políticos em que se bate continuamente, mostrando manchetes dos escândalos ou fotos dos homens do governo e do partido atingidos pelas denúncias de corrupção. Apesar do ministro Gomes de Barros, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, negar a liminar que pretendia suspender a propaganda do PFL isto já é um sintoma do aquecimento da campanha. Ainda mais que o PFL protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) representação contra o presidente Lulla da Silva por prática de propaganda eleitoral antecipada e utilização de slogans e símbolos em eventos públicos. Na representação, o PFL argumenta que o presidente da República vem se utilizando das prerrogativas do cargo para fins evidentemente eleitorais e transformando eventos de gestão em meios de propaganda eleitoral. O clima, com a definição prevista de candidatos em abril, só tende a ficar mais quente e, pela amostra, o vale-tudo não vai ter regras. Vem aí um tempo muito, muito quente.

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